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Biografia do Thiago de Mello

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Thiago de Mello, vida é um campo de milagres

Amadeu Thiago de Mello (mais conhecido como Thiago de Mello) é um poeta brasileiro nascido no dia 30 de março de 1926 na cidade de Barreirinha. Uma pequena cidade fincada à margem direita do Paraná do Ramos, braço mais comprido do Rio Amazonas, no meio do pedaço mais verde do planeta: a Amazônia. Nosso querido poeta deixou esse mundo em 14 de janeiro de 2022.

Thiago é sem sombra de dúvidas um dos poetas mais influentes e respeitados no país, reconhecido como um ícone da literatura regional, um poeta que escrevia sobre os direitos humanos.

O poeta, ainda criança, mudou-se para capital, Manaus, onde iniciou seus primeiros estudos no Grupo Escolar Barão do Rio Branco e o segundo grau no então Gyminásio Pedro II.

Concluído os estudos preliminares mudou-se para o Rio de Janeiro, onde ingressou na Faculdade Nacional de Medicina. Por lídima vocação, ou por tara compulsiva, como ele prefere, abraçou o ofício de poeta abandonando o curso de medicina para se entregar, por inteiro, ao difícil e duvidoso (em termos profissionais) caminho da arte poética.

Thiago de Mello, vida é um campo de milagres

Thiago de Mello, vida é um campo de milagres

Vivia-se o glamour dos anos 50, num Rio de Janeiro capital do país, ditando para todo Brasil não só as questões de cunho político, mas sobretudo, os eventos artísticos e acontecimentos da produção literária. Hegemonia mantida até hoje mas compartilhada com a cidade de São Paulo e seu efervescente ambiente cultural.

Biografia do Poeta Thiago de Mello thiago.de.mello@uol.com.br

Biografia do Poeta Thiago de Mello
thiago.de.mello@uol.com.br

Em 1951, com o livro Silêncio e Palavra, irrompe vigorosamente no cenário cultural brasileiro e de pronto recebe a melhor acolhida da crítica.
Álvaro Lins, Tristão de Ataíde, Manuel Bandeira, Sérgio Milliet e José Lins do Rego, para citar alguns nomes ilustres, viram nele e em sua obra poética duas presenças que, substanciosas e duradouras, enriqueceram a literatura nacional.

“… Thiago de Mello é um poeta de verdade e, coisa rara no momento, tem o que dizer”, escreveu Sérgio Milliet.

O correr dos anos só fez confirmar suas qualidades e justificar os elogios com que fora recebido pela intelligentsia brasileira. O amadurecimento permitiu ao poeta mergulhar profundamente as raízes da sensibilidade e da consciência crítica na rica seiva humana de um povo ao mesmo tempo tão explorado, tão sofrido e tão generoso como o nosso, e sua poesia, sem perder o sóbrio lirismo que a inflamava, ganhou densidade e concentração, pondo-se por inteiro a serviço de relevantes causas sociais.

A biografia de um poeta assim concebido e a tanto cometido não poderia jamais desenvolver-se num plano de tranqüila rotina.

A biografia de um poeta assim concebido e a tanto cometido não poderia jamais desenvolver-se num plano de tranqüila rotina.

Thiago de Mello teve suas fases sombrias e borrascosas, realçada por arbitrária prisão e longo e doloroso exílio da pátria a que tanto ama e serve. Ele foi preso durante a ditadura (1964-1985), exilou-se no Chile, encontrando em Pablo Neruda um amigo e colaborador. Um traduziu a obra do outro e Neruda escreveu ensaios sobre o amigo. Thiago de Mello tem obras traduzidas para mais de trinta idiomas.

No exílio, morou na Argentina, Chile, Portugal, França, Alemanha. Com o fim do regime militar, voltou à sua cidade natal, Barreirinha, onde vive até hoje.

Essas provações, que enfrentou com a serena firmeza de quem as sabe inevitáveis e delas não foge, enriqueceram-no ainda mais como poeta e ser humano. Alargando sua weltanschauung, permitiram-lhe comprovar o acerto de sua intuição de que o geral passa pelo particular e de que, como dizia seu grande colega Fernando Pessoa, tudo vale a pena/ se a alma não é pequena.

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Seu poema mais conhecido é Os Estatutos do Homem, onde o poeta chama a atenção do leitor para os valores simples da natureza humana. Seu livro Poesia Comprometida com a Minha e a Tua Vida rendeu-lhe, em 1975, ainda durante o regime militar, prêmio concedido pela Associação Paulista dos Críticos de Arte e tornou-o conhecido internacionalmente como um intelectual engajado na luta pelos Direitos Humanos.

“Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas, têm direito a converter-se em manhãs de domingo.” – Thiago de Mello

No livro mais recentemente publicado, De Uma Vez Por Todas, todas as linhas marcantes de sua poesia, o lirismo, a sensibilidade humana, a alegria de viver, a luta contra a opressão, o amor constante à Amazônia natal se reúnem harmonicamente, num tecido de rara força e beleza. O poeta não escreve seus poemas apenas em busca de elegância formal: neles se joga por inteiro, coração, cabeça e sentimento, e isso lhes dá autenticidade e força interior.

Toda manhã, porque sofre de importantes complicações nas coronárias, Thiago dá uma longa caminhada solitária pela floresta, durante a qual recita em voz alta, para macacos, pássaros e o vento, versos de Manuel Bandeira e de Joaquim Cardozo. Apesar do difícil trajeto até sua casa e do peso da idade, não pensa em mudar-se de Barreirinha.

Toda manhã, porque sofre de importantes complicações nas coronárias, Thiago dá uma longa caminhada solitária pela floresta, durante a qual recita em voz alta, para macacos, pássaros e o vento, versos de Manuel Bandeira e de Joaquim Cardozo. Apesar do difícil trajeto até sua casa e do peso da idade, não pensa em mudar-se de Barreirinha.

Em homenagem aos seus 80 anos, completados em 2006, foi lançado, pela Karmim, o CD comemorativo A Criação do Mundo, contendo poemas que o autor produziu nos últimos 55 anos, declamados por ele próprio e musicados por seu irmão, Gaudêncio Thiago de Mello, O rei do futebol.

Suas obras:

Livros de Poemas de Thiago de Melo:

  • Silêncio e Palavra, Edições Hipocampo, Rio de Janeiro, 1951.
  • Narciso Cego, Editora José Olympio, Rio de Janeiro, 1952.
  • A Lenda da Rosa, Editora José Olympio, Rio de Janeiro, 1956.
  • Vento Geral(reunião dos livros anteriores e mais dois inéditos: Tenebrosa Acqua e Ponderações que faz o defunto aos que lhe fazem o velório), Editora José Olympio, Rio de Janeiro, 1960.
  • Faz Escuro mas eu Canto, Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1965. 14a edição, 1993.
  • A Canção do Amor Armado, Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1966. 7a edição, 1993.
  • Poesia Comprometida com a Minha e a Tua Vida, Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1975. 7a edição, 1991.
  • Os Estatutos do Homem(com desenhos de Aldemir Martins), Editora Martins Fontes, São Paulo, 1977. 6a edição, 1991.
  • Horóscopo para os que estão Vivos, Edição de luxo, ilustrada e editada por Ciro Fernandes, Rio de Janeiro, 1982.
  • Mormaço na Floresta, Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1984. 3a edição, 1993.
  • Vento Geral, Poesia 1951-1981, Civilização Brasileira, Rio de Janeiro 1981. 3a edição, 1990.
  • Num Campo de Margaridas, Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1986.
  • De uma vez por todas, Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1996.

Prosa:

  • Notícia da Visitação que fiz no Verão de 1953 ao Rio Amazonas e seus barrancos, Ministério da Educação, 1957. 2a edição, Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1989.
  • A Estrela da Manhã, Estudo de um poema de Manuel Bandeira, Ministério da Educação, Rio de Janeiro, 1968.
  • Arte e Ciência de Empinar Papagaio, BEA, Manaus, 1984, edição de luxo. 2a edição, Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1985.
  • Manaus, Amor e Memória, Suframa, Manaus, 1984, edição de luxo. 2a edição, Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 4a edição, 1989.
  • Amazonas, Pátria das Águas, Edição de luxo, bilingue (português e inglês), com fotografias de Luiz Cláudio Marigo. Sverner-Bocatto, São Paulo, 1991.
  • Amazônia, a Menina dos Olhos do Mundo, Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1992.
  • O Povo Sabe o Que Diz, Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 2a edição, 1993.
  • Borges na Luz de Borges, Pontes Editores, São Paulo, 1993.

No Exterior:

  • Madrugada Campesina, Arco CEB, Santiago do Chile, Tradução de Armando Uribe, 1962.
  • Poemas, Tradução de Pablo Neruda, ilustração de Eduardo Vilches, edição de luxo, fora do comércio, 1962.
  • Horóscopo, Edição Mario Toral, Santiago do Chile, 1964.
  • Os Estatutos do Homem, Edições ITAU, Lisboa, 1968.
  • Los Estatutos del Hombre, Club de Grabado, Montevideo, 1970.
  • What Counts is Life, Geo Pflaum Publisher, USA, 1970. 2a edição, 1972.
  • Canto de Amor Armado, Ediciones Crisis, Buenos Aires, 1973.
  • Poesia Comprometida com a Minha e a Tua Vida, Moraes Editora, Lisboa, 1975.
  • A Canção do Amor Armado, Moraes Editora, Lisboa, 1975.
  • Dio Statuten des Menschen, Peter Hammer Verlag, Wuprttal RFA, 1976.
  • Gesang der Bewffneteten Lieben, Peter Hammer Verlag, Wuperttal, RFA, 1984.
  • Os Estatutos do Homem, divulgação do Correio da Unesco, tradução para mais de trinta idiomas, 1982.
  • Poesia de Thiago de Mello, Casa de Las Américas, La Habana, Cuba, 1977.
  • Chant de l’amour Armé, Cerf, Paris, 1979.
  • Amazonas, Land of Water, Tradução de Charles Cutler, In The Massachusets Review, USA, 1986.
  • Statutes of Man, Selected Poems, Tradução de Richard Chappel, Spenser Books, London, England, 1994.

Traduções:

  • Antologia Poética de Pablo Neruda, Letras e Artes, Rio de Janeiro, 1963.
  • A Terra Devastada e os Homens Ocos, de T.S. Eliot, edição bilingue, fora de comércio, Santiago do Chile, 1964.
  • Salmos, de Ernesto Cardenal, Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1983.
  • Poesia Completa de Cesar Vallejo, Philobiblion, Rio de Janeiro, 1985.
  • Sóngoro Cosongos e outros poemas, de Nicolás Guillén, Philobiblion, Rio de Janeiro, 1986.
  • Debaixo dos Astros, Poesia de Eliseo Diego, Hucitec, São Paulo, 1994.
  • Versos do Capitão, de Pablo Neruda, Bertrand Brasil, Rio de Janeiro, 2a edição, 1994.
  • Cântico Cósmico, de Ernesto Cardenal, Hucitec, São Paulo, 1996.

Discos:

  • Poesias de Thiago de Mello, Discos Festa, Rio de Janeiro, 1963.
  • Die Statuten des Menschhen, Cantata para orquestra e coro, música de Peters Jansen, RFA, 1976.
  • Thiago de Mello, Palabra de esta América, Casa de las Américas, La Habana, 1985.
  • Mormaço na Floresta, locução do autor, Som Livre, Rio de Janeiro, 1986.
  • Os Estatutos do Homem e Poemas Inéditos, Edições Paulinas, Rio de Janeiro, 1992.
Biografia do Poeta Amazonense Thiago de Mello

Biografia do Poeta Amazonense Thiago de Mello

Thiago de Mello: Os Estatutos do Homem

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Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.

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