Se você estiver passeando pelo centro histórico de Manaus e chegar ao Mercado Municipal Adolpho Lisboa, poderá encontrar logo na entrada, pela rua dos Barés, um sino à direita da porta. Esse sino, era utilizado antigamente para indicar a “Hora da Creolina”.
Sino usado para anunciar a “Hora da Creolina” em Manaus – AM / Foto : Marcus Pessoa
No início do Século XX, a administração da cidade fechou um acordo com um fornecedor de “carne verde” (nos tempos modernos seria “carne fresca”), que tinha por obrigação e força de lei, assegurar um certo padrão de suprimento.
Pela lei nº 291 de 3 de março de 1903, o Superintendente Municipal da capital por nomeação legal, o Dr. Martinho de Luna Alencar, filho de Martinho Pereira Luna e D. Maria Joaquina da Cruz Luna, lavrou a seguinte lei:
1ª Antônio Soares Pereira Obriga-se a fazer por si ou empresa que organizar o abastecimento de carnes verdes de gado vacum á população desta cidade dentro do mercado Público, expondo-as ao consumo público em quantidade nunca inferior a seis mil quilogramas, nos meses de março a agosto e cinco mil quilogramas, nos meses de setembro a fevereiro, obriga-se ainda a observância da seguinte tabella de preços:
Até às nove horas da manhã 1$500 (mil e quinhentos réis) o quilograma.
Das nove às dez horas da manhã 1$000 (hum mil réis) o quilograma.
Como visto na lei, o Mercado Público (ora Mercado Municipal), era o local onde a carne verde era vendida. Logo após as 10h soavam as badaladas do sino iniciando-se a “hora da creolina”. A limpeza e desinfecção ocorria em todas as mesas do talho, jogando-se creolina sobre os restos das carnes e peixes.
Creolina Cruzwaldina / Divulgação