Quem olhava somente uma pequena ferida na pele da nádega esquerda de um menino, não imaginava que chegaria a esse ponto. Na Índia, uma de 1 ano teve que ser levada ao pronto-socorro pediátrico, pois no curto intervalo de apenas 7 dias, a ferida cresceu rápido o bastante para se tornar um buraco. Ela era indolor mas, em pouco mais de cinco dias, a lesão se tornou necrótica, ou seja, o sangue não estava fluindo para o tecido da pele, no local, fazendo com que se deteriorasse e morresse. Especialistas diagnosticaram a criança com antraz cutâneo.
Os médicos indianos que investigaram e trataram a situação relataram o caso em um artigo no periódico científico Jama Dermatology. O antraz é uma infecção causada por uma bactéria, que pode ser transmitida por animais, como vacas, cabras ou ovelhas, contaminados pelo solo em que pastam. Apesar disso, segundo a família, a criança não teve contato com animais infectados.
Segundo especialistas, o antraz cutâneo é a forma mais comum e menos mortal da infecção, ainda sendo a mais perigosa. Eles descreveram a lesão do menino como “uma placa edematosa, violácea e exsudativa com escara central e edema circundante”. De acordo com os pesquisadores, a ferida tinha cor violeta e estava inchada, excretando pus. A criança apresentou febre por dois dias e foi tratada com antibióticos por dez dias, antes de os sintomas começarem a melhorar. Eles não revelaram quanto tempo ele permaneceu hospitalizado ou se ele se recuperou completamente.
Por mais que a doença seja muito rara na maior parte do mundo, com mais casos ocorrendo na África e no sul da Ásia, alguns episódios nos Estados Unidos tornaram ela mais conhecida. Em 2001, nas semanas após ao ataque às torres gêmeas em 11 de setembro daquele ano, envelopes contendo esporos da bactéria foram enviados a figuras políticas e midiáticas. Na época, o ataque bioterrorista foi relacionado a cinco mortes e 17 casos de pessoas feridas. Depois disso, ocorreram infecções pela bactéria no país, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). O último caso foi notificado em 2011.
Menino de 1 ano foi contaminado por antraz Foto:(Reprodução/Jama Network)