De acordo com o professor de Engenharia Ambiental da Faculdade Metropolitana de Manaus (Fametro), Sérvulo Furtado, dentre os rios do Brasil que possuem água preta, o Negro é um dos que possui mais acidez. Por exemplo, o PH (potencial de hidrogênio) de um limão, o grau de acidez é de aproximadamente 2,2, já o mesmo teste feito nas águas do rio Negro, em horário de muito sol, registrou em torno de 4,2.
Um nível considerado muito alto, sendo que a escala vai de 0 a 7, ou seja, quanto mais próximo de zero, mais ácido. Conclusão: a acidez de um limão é apenas duas vezes maior que a do rio Negro. Nesse nível, se o banhista permanecer “de molho” por mais de 30 minutos, pode ter problemas na pele. Esse acompanhamento vem sendo feito desde 2012, pelo Departamento de Engenharia Ambiental da Fametro.
Foto: Evandro Seixas
O nível de acidez independe de o rio estar seco ou não. Na enchente, a acidez tende a aumentar pela presença de árvores dentro d’água, portanto, mais decomposição de matéria orgânica. Já na seca, como o volume de água diminui, a acidez também aumenta porque a concentração dos microrganismos fica maior.
Segundo o engenheiro, as bactérias, pouco resistem a um nível de PH como o do rio Negro. O ideal para elas se desenvolverem é água com PH acima de 6,5, ao contrário dos fungos, que toleram baixo nível de hidrogênio. Os rios de água barrenta, clara ou esverdeada não possuem tanta concentração de matéria orgânica, principal responsável por baixar o PH da água.