Localizado na Zona Centro-Oeste de Manaus, o bairro Alvorada é um exemplo da expansão que ocorreu na cidade a partir da década de 1960 e a sua história é ligada às grandes construções da época.
A origem do Alvorada é diretamente relacionada com a construção do hoje extinto Estádio Vivaldo Lima, já que o fundador do bairro foi um dos trabalhadores da obra, um indígena nascido no Peru chamado Cezar Najar Fernandes que viu na mata por atrás do Vivaldão um lugar para morar. “Fui eu que levei o pessoal para morar naquela terra atrás do Vivaldo Lima, que era só mato com pé de buriti. Eu fazia isso no fim de semana, na folga do trabalho”, conta “doutor” Cezar, como é mais conhecido.
Segundo ele, o bairro começou entre 1968 e 1969 e os primeiros moradores foram os próprios operários das obras do Vivaldão, além de algumas famílias que já viviam no lugar e pessoas vindas da “Cidade Flutuante”.
A história completa do Alvorada também é contada no livro “Da Palha ao Ouro, Alvorada Meu Tesouro”, de autoria de Janciney Araújo, mais conhecido como Ney, morador antigo do bairro. Ele fala, em detalhes, como os operários entravam na mata e delimitavam as terras do que viria a se tornar o bairro. “O trabalho deles nas terras consistia em abrir caminhos nas matas para fazer a topografia, o arruamento e organizar a divisão dos lotes que teriam o tamanho padrão de 8 m x 20 m”, explica.
No entanto, aquelas terras que estavam sendo ocupadas pertenciam a duas famílias importantes na cidade, a Bulbol e a Cabral. “Uma boa parte pertencia, até onde se sabe, à família Cabral, de onde é hoje a rua Zero até mais ou menos as margens da Sapolândia.
Alvorada Foto: Márcio Rodrigues
Da rua 10 até a avenida Desembargador João Machado (antiga estrada dos Franceses) era da família Bulbol”, explica Ney Araújo.
O governo da época, vendo que a ocupação já não teria volta, desapropriou a terra das duas famílias e realizou um projeto para o bairro, loteando as terras. No entanto, Alvorada não foi o primeiro nome do bairro, pois o local já foi conhecido pelas alcunhas de bairro da Promessa e Cidade Satélite, mas o nome que é até hoje mais lembrado era a denominação de Cidade das Palhas. Ney Araújo explica o porquê do nome. “No começo, quem distribuía os terrenos para quem quisesse morar ali era o “doutor” Cezar mesmo, e ele dava um prazo de 30 dias para as pessoas construírem as casas, o que é pouco tempo, por isso os moradores tinham casas cobertas de palhas, daí veio o nome Cidade das Palhas”, explica.
Já o atual nome foi dado pelo próprio “doutor” Cezar, que antes de chegar a Manaus trabalhou na construção de Brasília, e, como homenagem ao Palácio da Alvorada, batizou o até então bairro Cidade das Palhas, de Alvorada. Logo o nome começou a ficar popular entre os moradores até que se tornou o nome oficial do bairro.
Hoje com 44 anos, o aniversário do bairro da Alvorada é comemorado no dia 2 de junho, data considerada como a de fundação do local.
BAIRRO ATUALMENTE
Hoje, o bairro Alvorada é dividido em três bairros, Alvorada I, II e III, mas segundo a Associação dos Moradores, para a prefeitura e de forma oficial, tudo é considerado somente Alvorada.