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Manaus, AM, sexta, 22 de novembro de 2024

Memórias do Amazonas

História do Bairro : Coroado

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Coroado

O bairro Coroado surgiu quando a TV Ajuricaba, de propriedade da família Hauache, começou a exibir programas da Rede Globo de Televisão, na condição de repetidora.

Uma das primeiras novelas a ser exibida tinha como cenário a cidade de Coroado. Sucesso em 1971, a obra foi inspirada no romance escrito pela novelista Janete Clair, esposa do acadêmico e escritor Dias Gomes.

A data do aniversário do bairro é o dia 12 de outubro de 1971, quando o governador do Estado do Amazonas, coronel João Walter de Andrade, sem desapropriar toda a área, fez doação de alguns lotes de terras para os invasores. As terras eram de propriedade da Universidade Federal do Amazonas.

Coroado está localizado na Zona Leste de Manaus, limitando-se com os bairros do Aleixo, Petrópolis, Japiim, Distrito Industrial, Armando Mendes, Zumbi dos Palmares e São José Operário.

Começa na avenida André Araújo em direção ao Campus da Universidade Federal do Amazonas, ingressa na alameda Cosme Ferreira e conclui seu perímetro na avenida Grande Circular.

A região ocupa uma superfície de 1.142,21 hectares e é cortada pelos igarapés do Quarenta e Atílio Andeazza. Quando começaram as primeiras invasões, o local era tomado de matagal e as primeiras ruas, durante o inverno, ficavam intransitáveis e escorregadias, causando acidentes de carros e perigo aos pedestres.

Ao começarem os conflitos no bairro, surgiu uma figura que se tornou conhecida por todos como o herói dos ocupantes: seu nome era João Correia Barbosa. Por coincidência, o principal protagonista da novela “Irmãos Coragem” da TV Globo, interpretado pelo ator Tarcísio Meira, tinha o nome de João Coragem, o mesmo que foi dado ao marceneiro João Correia Barbosa.

Sensibilizado com a luta dos ocupantes, e, diante de um problema social em que a Universidade poderia ceder, o governador da época, coronel João Walter de Andrade, que atuou entre 1971 a 1975 sem desapropriar a área, assegurou aos invasores a posse das terras, resolvendo em parte o problema da ocupação. A iniciativa do governador visava evitar maiores conflitos, pois os ocupantes estavam dispostos a não se retirar do local. Mas a luta continuou ainda por algum tempo. A Universidade, considerando que não houve desapropriação, continuava insistindo na retomada das terras, enquanto os ocupantes não desistiam de suas casas.

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Em 1975, assumindo o governo do Estado, o ministro Henoch da Silva Reis desapropriou a área por necessidade social. Mas o governador Henoch não conseguiu verbas para efetuar o pagamento das terras desapropriadas, tarefa que foi cumprida depois de sua saída do governo, em 1979.

Assumindo o governo naquele ano, o professor José Bernardino Lindoso indenizou a Universidade Federal do Amazonas e deu início à urbanização do bairro, dotando-o de alguma infraestrutura.
Mas ainda assim, os ocupantes sabiam que ainda não estavam seguros com a propriedade das terras, pois a desapropriação não havia sido sancionada pelo Poder Público.

Quando o professor Gilberto Mestrinho de Medeiros Raposo assumiu, em 1983, a lei de desapropriação foi sancionada, tendo sido efetivadas as primeiras titularidades aos moradores do bairro do Coroado, que no início de 2010, já somam mais de 50 mil pessoas. A cada etapa que os moradores conquistavam, costumavam festejar de forma ruidosa, com festas de forró e outras músicas.

Bairro Atualmente

Atualmente, uma das grandes atrações do bairro é a Escola de Samba Mocidade Independente do Coroado, fundada em 10 de março de 1988. Esta escola, desde 1999, integra o Grupo Especial das escolas de samba de Manaus. Complementando a atividade cultural da escola de samba, existem também no bairro grupos de folclore, cirandas, quadrilhas, danças de boi-bumbá que fazem da região uma área de lazer.

O que torna mais bonito o período de festas no bairro, é que a rivalidade entre eles obriga os grupos a se dedicarem com capricho em busca de fazer o melhor.

Existem no Coroado 19 estabelecimentos de ensino, e os alunos, quando chega o período dos festejos da elevação do Amazonas à categoria de Província, comemorado anualmente no dia 5 de setembro, desfilam pela comunidade fazendo o percurso da avenida Beira Rio, uma das mais importantes. Dessas escolas, 9 são do governo do Estado, 5 pertencem ao município de Manaus e 5 são particulares.

O bairro dispõe de seis casas do programa Médico da Família, o Serviço de Pronto Atendimento, centro social, dois postos policiais, algumas associações comunitárias para idosos, alcoólicos anônimos e, entre as igrejas católicas, se destacam: Paróquia Divino Espírito Santo, Igreja Sagrado Coração de Jesus, Nossa Senhora Mãe de Deus, além de outras pertencentes a várias religiões, deixando muito claro que o bairro, na maioria de seus moradores, não pratica ao catolicismo.

Inaugurado oficialmente em 1980, o bairro conta atualmente com o Centro de Desenvolvimento Comunitário do Coroado, local onde acontecem os eventos sociais: festas de aniversário e casamento, disputas esportivas, espetáculos musicais, ensaios dos grupos folclóricos, além de ser lá que se realizam todos os ensaios da Escola de Samba Mocidade Independente.

A principal rua do bairro é sem dúvida a Alameda Cosme Ferreira, onde está encravado o maior centro comercial, prestação de serviços, empresas de várias linhas de ônibus. Mas a primeira rua construída no bairro foi a Emílio Garrastazu Médici que começa próximo ao Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), chegando às avenidas Beira Mar e Beira Rio, ambas seguindo o curso do igarapé do Quarenta, dividindo todo o bairro. Nesse trecho da rua Garrastazu Médici começaram as primeiras invasões do bairro, na década de 1970.

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Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.

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