Um rapaz de 23 anos foi preso na tarde da última terça-feira (3/10) em Meridiano, São Paulo, após ser descoberto pela Polícia Militar da cidade repassando a grupos de WhatsApp um aviso acompanhado de uma foto, alertando a população sobre uma blitz na rotatória da entrada do município.
Homem é preso após dedurar blitz da polícia – Imagem: Divulgação
Na imagem, ele especificava que o comando poderia prejudicar quem estivesse com a documentação de motorista ou do veículo atrasadas e pedia para que a foto fosse repassada a fim de espalhar a comunicação.
Após receber o alerta por meio de um grupo, a polícia conseguiu identificar o autor, que quando encontrado, estava portando o celular utilizado para o crime com as fotos salvas na galeria.
Ao ser abordado, a PM descobriu, ainda, que o aparelho celular era produto de furto. O homem foi preso em flagrante por atentado contra a segurança pública e receptação de produto furtado.
Após audiência de custódia ainda na tarde da terça-feira, 3, foi determinado ao homem uma quantia para fiança. No entanto, o homem não pagou o valor e foi encaminhado á Cadeia de Guarani D’Oeste, permanecendo à disposição da Justiça.
Segundo a Polícia Militar de Meridiano, esta foi a primeira prisão na região pelo crime de atentado contra a segurança pública após divulgação em redes sociais e grupos de WhatsApp de locais de realizações de blitz.
Em julho, a Polícia Civil de Santa Fé do Sul passou a investigar grupos de WhatsApp utilizados para alertar as pessoas sobre locais em que ocorrem blitze policiais, operações como a Lei Seca ou têm radares. Em Rio Preto, grupos do tipo também existem e alguns foram “esvaziados” após a divulgação da investigação.
Na ocasião, o delegado responsável pelo caso em Santa Fé do Sul, Higor Vinicius Nogueira Jorge, disse que havia sido emitida uma ordem de serviço ao setor de investigações para apurar a existência de pelo menos dois destes grupos na região e que então seria necessário comprovar que alguém que viu uma blitz alertou os outros membros do grupo sobre a ação policial.
O delegado esclareceu que qualquer publicação feita nas redes sociais, como Facebook, WhatsApp e Instagram, se enquadra no crime de atentado ao serviço público, com pena de um a cinco anos de reclusão e multa, conforme prevê o artigo 265 do Código Penal.
Questionado pela reportagem nesta quarta-feira, 4, o delegado Higor Jorge disse que a Polícia Civil de Santa Fé do Sul continua investigando grupos neste sentido
Na ocasião, a Polícia Militar de Rio Preto disse, em nota, que não há como afirmar a existência de grupos de WhatsApp com esses fins, mas que seria ingenuidade acreditar que eles não existam. “As mensagens podem atrapalhar o serviço policial ou mesmo causar um pânico na população (que inexiste de fato) – exemplo disso tivemos na ocorrência do Walmart”, lembrou o capitão Rafael Henrique Helena.
Jorge disse, na época, acreditar que muitas pessoas que participam desses grupos não sabem sobre as consequências. Por isso, o primeiro passo é a conscientização. O delegado defende que a blitz é necessária e eficaz.