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Manaus, AM, quarta, 18 de dezembro de 2024

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Investigações de casos suspeitos da Doença da urina preta seguem em duas frentes

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Monitoramento é detalhado e inclui instituições de outros estados e órgão do Governo Federal- Imagem: Divulgação

A Secretaria de Estado da Saúde (SES-AM), por meio da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) tem monitorado os casos suspeitos de rabdomiólise no estado seguindo duas frentes paralelas de atuação. O Grupo de Trabalho montado pelo Governo do Estado, que está investigando as possíveis causas da síndrome no Amazonas, inclui, além de secretarias estaduais, universidades e órgãos do Governo Federal.

“Estamos agora com um infectologista da Fundação de Medicina Tropical e a coordenadora de investigação desse surto no município de Itacoatiara. Então, nós temos duas frentes de trabalho, uma delas, da Secretaria Estadual de Saúde com a Fundação de Vigilância em Saúde, para caracterizar esses casos e garantir o manejo clínico adequado, principalmente, desses pacientes que foram acometidos por rabdomiólise”, detalhou a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim.

De acordo com a diretora-presidente, a outra frente é composta por um grupo maior, que inclui instituições de fora do Amazonas. É o caso do laboratório da Universidade de Santa Catarina, que está fazendo a análise do pescado coletado no Amazonas, para identificar toxinas que podem estar presentes nos peixes.

“Esse grupo maior está analisando o ecossistema, o meio ambiente, para ver se tem algo na água, no plâncton, no fitoplâncton nas frutas que os peixes se alimentam, nos próprios peixes de associação de vida livre; tudo isso para entender e darmos uma resposta adequada. É uma investigação criteriosa, detalhada, mas assim que estivermos com as respostas, estaremos divulgando”, acrescentou Tatyana Amorim.

Além da FVS-RCP, participam do Grupo de Trabalho a secretaria de Estado de Saúde (SES-AM); Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD); Fundação Oswaldo Cruz – Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz/Amazônia), Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf); Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror); Universidade do Estado do Amazonas (UEA); Universidade Federal do Amazonas (Ufam); Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e Superintendência Federal de Agricultura no Amazonas, do Ministério da Agricultura; e Ministério da Saúde.

Consumo de pescado – A diretora-presidente da FVS-RCP ressaltou que a Fundação não impõe, neste momento, restrições ao consumo de peixes.

“Tínhamos uma restrição no município de Itacoatiara, por conta de lá haver uma maior incidência do número de casos, mas tudo vai depender dos resultados da investigação. Se acharmos prudente suspender novamente, nós vamos alertar, mas, por enquanto, comam peixe de cativeiro e de vida livre. Não tem nenhuma restrição”, concluiu.

Boletim – A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) atualizou, na terça-feira (21/09), o cenário de rabdomiólise no Amazonas. São 78 casos suspeitos da síndrome registrados, sendo 63 (81%) em investigação epidemiológica e 15 (19%) descartados. O cenário atual da síndrome está divulgado no primeiro boletim epidemiológico periódico da doença, disponível em https://bit.ly/2XJYaes.

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Dos nove novos casos em investigação epidemiológica, cinco são de Itacoatiara, três de Manaus e um de Itapiranga. Os pacientes de Manaus são dois homens (de 18 e 39 anos) e uma mulher (de 30 anos). Já os casos de Itacoatiara são três homens (28, 32 e 43 anos), e duas mulheres (46 e 33 anos). O paciente de Itapiranga é um homem (de 27 anos).

Dos 78 casos suspeitos da síndrome, dez pessoas seguem internadas, sendo nove de Itacoatiara e um de Itapiranga. Todos os pacientes estão estáveis.

O boletim de Situação Epidemiológica da Rabdomiólise no Amazonas aponta que os peixes mais consumidos e envolvidos nos casos de suspeita da síndrome investigados são: pacu (40%), tambaqui (37%) e pirapitinga (30%). Ainda conforme o boletim, 100% dos peixes consumidos são de vida livre, 85% são procedentes de rios e 9% de lagos.

O registro dos casos informados ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da FVS-RCP (CIEVS/FVS-RCP) aponta que os novos pacientes apresentaram CPK (creatinina-fosfoquinase) elevados, mialgia, náuseas, nucalgia, fraqueza muscular, dor abdominal e urina escura, após ingestão de peixes.

Causas – A rabdomiólise é uma síndrome clínico-laboratorial que decorre da lesão muscular com a liberação de substâncias intracelulares para a circulação sanguínea. A doença pode ser causada por diversos motivos, incluindo a ingestão de peixes.

Pesquisadores do Grupo de Trabalho montado pelo Governo do Estado estão investigando as possíveis causas da síndrome no Amazonas. Amostras de peixes consumidos, de soro dos pacientes internados e de urina foram encaminhados para análise em Santa Catarina. O Amazonas aguarda o encerramento da análise.

A síndrome ocorre normalmente em pessoas saudáveis, na sequência de traumatismos, atividade física excessiva, crises convulsivas, consumo de álcool e outras drogas, infecções e ingestão de alimentos contaminados que incluem o pescado. O quadro clínico da doença pode incluir elevações assintomáticas das enzimas musculares séricas (creatinina-fosfoquinase – CPK).

Monitoramento é detalhado e inclui instituições de outros estados e órgão do Governo Federal- Imagem: Divulgação

Monitoramento é detalhado e inclui instituições de outros estados e órgão do Governo Federal- Imagem: Divulgação

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