De acordo com informações divulgadas pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), vinculado à Universidade Federal de Alagoas (UFAL), um padrão de manchas de óleo no oceano pode explicar a origem do vazamento no Litoral do Nordeste.
Foto: Imagem de satélite/Reprodução
Os registros sugerem que o vazamento está abaixo da superfície do mar e pode ter vindo do Pré-Sal. O pesquisador Humberto Barbosa, do Lapis, foi o responsável por ter identificado, nesta terça-feira (29), um enorme vazamento de óleo, em formato meia lua, com 55 km de extensão e 6 km de largura, a uma distância de 54 km da Costa do Nordeste.
O local observado fica no Sul da Bahia, nas proximidades dos municípios de Itamaraju e Prado. De acordo com o pesquisador, a região está nas proximidades de áreas de exploração da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Barbosa ainda afirma que, pela localização do óleo, trata-se de algo muito maior do que um derramamento acidental ou proposital, a partir de um navio. Na verdade, de acordo com ele, é um vazamento que está abaixo da superfície do mar, decorrente de perfuração. Portanto, a pesquisa aponta que a origem do óleo no litoral Nordestino pode ser um vazamento de algum poço de exploração de petróleo na região.
“Ontem tivemos um grande impacto, pois pela primeira vez, encontramos um assinatura espacial diferenciada. Ela mostra que a origem do vazamento pode estar ocorrendo abaixo da superfície do mar. Com isso, levantamos a hipótese de que a poluição pode ter sido causada por um grande vazamento em minas de petróleo ou, pela sua localização, pode ter ocorrido até mesmo na região do Pré-Sal”, alerta Barbosa, em entrevista ao Letras Ambientais.
O diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Olivaldi Alves Borges Oliveira, afirmou na manhã desta quarta-feira, 30, em audiência na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara, que não descarta a possibilidade de que o vazamento de óleo no Nordeste seja proveniente do pré-sal.
Vista de mancha de óleo na praia Peroba, em Maragogi, Alagoas 17/10/2019 REUTERS/Diego Nigro