O segurança Sandro Moraes trabalha em um mercado na região do Bairro do Retiro, em Jundiaí (SP), e foi abordado pela criança na última quinta-feira (27), que perguntou se poderia informar se a nota que havia ganhado era falsa.
“Na hora que peguei já vi que era uma falsificação muito grosseira. Era a mesma coisa de ter colocado numa impressora e feito uma cópia. Ele deve ter ficado feliz com a venda e não percebeu”, diz.
Sandro ainda conta que, após o menino pedir ajuda, ele levou a cédula para o fiscal e fizeram testes. Muitos elementos, como a marca d’água, não existiam. A tristeza do menino chamou atenção do funcionário.
“Por dentro era um papel branco. O olho dele encheu de lágrima e ficou o sentimento de impotência. Coloquei a história nas redes sociais para as pessoas ajudarem.”
Ainda no mercado, o adolescente quis deixar a nota como exemplo para que as funcionárias do caixa não caíssem também no golpe.
“Foi honesto, não agiu de má-fé e ainda quis ajudar o pessoal. Acredito que a pessoa que repassou será difícil achar, mas, quando colocar a cabeça no travesseiro, vai bater a consciência”, afirma Sandro.
Nota rasgada
A mãe do menino contou que o filho costuma comprar doces para revender e ter uma renda extra própria.
“Ele já pegou algumas outras vezes [notas falsas] e rasgamos quando percebemos que tinha algo errado. Também não posso afirmar que a motorista tenha feito isso de maldade, porque ela também pode não ter percebido”, contou a mãe.
Segundo ela, o adolescente estuda em uma escola da região e no tempo vago gosta de vender os doces. Não foi registrado boletim de ocorrência sobre a nota dada ao menino.
“Eu sempre sei onde meu filho está e às vezes ele compra alguns alimentos para a casa com o dinheirinho dele”, ressaltou.
Dezenas de pessoas fizeram doações para o adolescente de 13 anos que perdeu todas as trufas após uma mulher comprar os doces com uma nota falsa de R$ 100, em Jundiaí (SP).
Segundo a mãe do jovem, que não será identificada, muitos moradores de várias partes do país entraram em contato e ofereceram ajuda para o garoto depois que o caso repercutiu nas redes sociais.
“Nos ligaram e nos fizeram algumas transferências de dinheiro. Com o valor que arrecadamos eu disse que ele fará cursos, como algo para informática e aprender inglês”, comemorou a mãe.