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6 anos atrásno
Famosa lenda amazônica, o Boitatá é uma das que mais temos registros de obras literárias e obras audiofônicas. O boi bumbá Caprichoso, sempre faz referência à essa lenda. Entre as músicas folclóricas, o enredo que trata com detalhes dessa cobra flamejante, e inclusive, dá várias outras denominações como cobra grande, boiaçú, boiúna, sucurijú
a fera que surge do nada. Boitatá, boitatá, fogo no ar, fogo no ar, cobra de fogo, boiaçú
boiúna flutua….
Em 2018, houve outra apresentação da lendária BOITATÁ na 3ª noite do Festival Folclórico de Parintins. A alegoria fantástica do artista Juarez Lima e equipe você confere abaixo.
Pois bem, mas quem é Boitatá?! Boitatá, protetor das florestas, é um personagem do folclore brasileiro.
A lenda do Boitatá descreve esse personagem folclórico como uma grande serpente de fogo. Ele protege os animais e as matas das pessoas que lhe fazem mal e principalmente, que realizam queimadas nas florestas.
Na narrativa folclórica, essa serpente pode se transformar num tronco em chamas com o intuito de enganar e queimar os invasores e destruidores das matas. Acredita-se que a pessoa que olhar o Boitatá torna-se cega e louca.
A lenda do Boitatá é de origem indígena, e a palavra Boitatá, na língua Tupi-Guarani, significa cobra (boi) de fogo (tata).
Apesar de ser oriunda da língua indígena, a lenda do Boitatá encontra-se num texto do século XVI do Padre Jesuíta José de Anchieta.
Vale lembrar que José de Anchieta baseou-se nos relatos dos indígenas para compor seu texto:
“Há também outros (fantasmas), máxime nas praias, que vivem a maior parte do tempo junto do mar e dos rios, e são chamados “baetatá”, que quer dizer coisa de fogo, o que é o mesmo como se se dissesse o que é todo de fogo. Não se vê outra coisa senão um facho cintilante correndo para ali; acomete rapidamente os índios e mata-os, como os curupiras; o que seja isto, ainda não se sabe com certeza.”
(In: Cartas, Informações, Fragmentos Históricos, etc. do Padre José de Anchieta, Rio de Janeiro, 1933)
A lenda do Boitatá sofreu muitas modificações ao longo do tempo, e portanto, reúne diversas versões. Assim, dependendo da região do Brasil, o nome do personagem pode variar: Baitatá, Biatatá, Bitatá e Batatão.
Numa das versões da lenda, uma grande cobra vivia adormecida num imenso tronco e ao despertar faminta, resolveu comer os olhos dos animais.
Cada vez mais ela foi emitindo uma grande e intensa luz, tornando-se uma cobra de fogo. Ao proteger a floresta, ela assusta as pessoas que vão às matas durante à noite.
No norte e nordeste do Brasil, a imensa cobra de fogo vive nos rios e sai no momento em que há invasores nas florestas para queimá-los.
Segundo alguns nordestinos, o boitatá, conhecido como “Alma dos Compadres e das Comadres”, representa as almas penadas malignas que passam queimando tudo.
Já no sul do país, a versão que prevaleceu advém da história bíblica do Dilúvio. Nela, muitos animais morreram e as cobras que sobreviveram tiveram como castigo o fogo.
Nessa versão, o fogo aparece na barriga de cada uma as quais se tornam iluminadas e, ao mesmo tempo, transparentes.
Há ainda uma versão em que o Boitatá não é uma grande cobra, e sim um touro feroz que solta fogo pela boca.
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