Uma frase de alerta do pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Marcelo Morais, dá conta da gravidade do que acontece no frágil mundo dos anfíbios: “O que vem acontecendo com os anfíbios é algo silencioso, mas já podemos sentir no dia a dia os efeitos da eliminação de algumas espécies”.
Perereca de Vidro
Isso porque foi Marcelo Morais, junto a pesquisadores da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) Sinop Dr. Domingos Rodrgues , quem descobriu, em meados de 2010, uma nova espécie de perereca transparente, registrada pela primeira vez no Brasil.
A espécie, catalogada como Hyalinobatrachium Capellei foi encontrada em uma das visitas de campo em Cotriguaçu, ao Norte do Estado de Mato Grosso (MT). No entanto, por ser encontrada dentro de floresta nativa às margens de pequenos igarapés, a espécie já corre risco de ser extinta na região, pois essas áreas sofrem constante desmatamento, como grande parte do Estado.
Segundo Morais, motivos como este, contribuem para que a espécie fique cada vez mais vulnerável. “Quando desmatam áreas onde tem águas, como córregos, lagoas e igarapés, os anfíbios não têm de onde tirar água para sua sobrevivência, já que a maioria das espécies de sapos, rãs e pererecas dependem da água para a sua reprodução”, afirma.
Perereca de Vidro
Outro fator preponderante ao desaparecimento de várias espécies é o aquecimento global. O famoso efeito estufa atinge diretamente os anfíbios. “Precisamos fazer algo urgente para frear o desmatamento, para que mais espécies não desapareçam, pois a mudança do clima, não só afeta os anfíbios, mas acaba afetando todas as espécies, incluindo nós mesmos”, alerta mais uma vez o pesquisador.
Perereca de Vidro