Queda: Ministro Ricardo Salles pede demissão - No Amazonas é Assim
Nos Siga nas Redes Sociais
Manaus, AM, Domingo, 28 de Abril de 2024

Política

Queda: Ministro Ricardo Salles pede demissão

Publicado

no

O advogado Ricardo Salles pediu demissão do Ministério do Meio Ambiente, nesta quarta-feira. A exoneração está publicada no Diário Oficial da União.

Depois da reunião com o presidente Jair Bolsonaro, Salles anunciou a demissão no Palácio do Planalto.

Ministro Ricardo Salles pede demissão – Imagem: Divulgação

Segundo Salles, durante os dois anos e meio que ele ficou à frente do Ministério, seguiu a orientação de manter equilíbrio entre desenvolvimento econômico e cuidado com o meio ambiente.

A nomeação de Joaquim Álvaro Pereira Leite, novo ministro do Meio Ambiente, já está publicada no Dário Oficial. Ele ocupava o cargo de chefe da Secretaria da Amazônia e Serviços Ambientais.

O ministro e a boiada

Publicidade
Entre no nosso grupo de Whatsapp

Em uma reunião ministerial no dia 22 de abril do ano passado, Salles sugeriu que o governo deveria aproveitar a atenção da imprensa na pandemia do novo coronavírus para aprovar “reformas infralegais de desregulamentação e simplificação” na área do meio ambiente e “ir passando a boiada”.

“Então para isso precisa ter um esforço nosso aqui enquanto estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só fala de Covid, e ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas”, disse o ministro, segundo vídeo divulgado pelo Supremo Tribunal Federal.

Salles foi acusado de comandar, em sua gestão, o desmonte da política ambiental do país. O Ministério do Meio Ambiente tem hoje o menor orçamento dos últimos 21 anos. Quadros do Ibama e do ICMBio não são repostos desde o início da década.

O ministro reduziu o número de assentos do Conselho Nacional do Meio Ambiente, comprometendo principalmente a participação da sociedade civil. Não há uma vaga, por exemplo, para representantes da comunidade científica.

LEIA TAMBÉM  Serafim classifica como “birra” do Governo demora na execução de emendas

Salles também suspendeu comitês que orientavam os repasses do Fundo Amazônia e sugeriu que os recursos fossem destinados à indenização de proprietários rurais, e não apenas a iniciativas para conservação do bioma. Os governos da Noruega e da Alemanha, países doadores do Fundo, discordaram da sugestão e congelaram novos repasses. O Fundo Amazônia tem cerca de R$ 2,9 bilhões parados desde 2019.

Nos últimos dois anos, a taxa de desmatamento da Amazônia aumentou 48,3% em relação ao biênio anterior, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. O bioma perdeu 10.851 km² de florestas somente no ano passado, maior índice desde 2008.

Publicidade
Entre no nosso grupo de Whatsapp

Carlos Minc, ex-ministro do Meio Ambiente, avalia que Salles “foi tarde”, mas que seu afastamento do ministério não é suficiente.

— Há que tomar medidas como desatar braços do Ibama e do ICMBio, destravar o Fundo Amazônia, retirar garimpeiros ilegais de terras indígenas e combater as queimadas e o desmatamento, que aumentarão com a estação seca.

Marina Silva, que também comandou a pasta, comemorou o pedido de demissão de Salles:

— Já era pra ter saído há muito tempo. Vai tarde, depois de ter causado inúmeros prejuízos às florestas, aos povos indígenas, aos interesses do Brasil, de ter desmontado a governança ambiental brasileira. A gente sabe que ele era o operador ambiental do Bolsonaro, que a causa de tudo isso é o presidente da República. Mas sua saída é uma conquista da sociedade brasileira.

LEIA TAMBÉM  Embrapa recebe homenagem pelos seus 50 anos de história na ALEAM

Para Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, Salles só deixará saudades para “os madeireiros ilegais, grileiros e destruidores da floresta”:

— Salles sai assim como entrou: devendo para a Justiça. Recuso chamá-lo de ex-ministro do meio ambiente, porque nunca o foi, não merece tal título — diz. — Seu legado foi ajudar a arrasar com a imagem internacional do país, aumentar em 46% o desmatamento da Amazônia e sucatear as agencias de fiscalizaçao ambiental — avalia. — Mas não podemos esperar que as coisas melhorem muito. Neste momento, Bolsonaro deve estar procurando alguem que faça exatamente o mesmo serviço prestado por Salles ate agora: destruir a proteção ambiental do país.

Publicidade
Entre no nosso grupo de Whatsapp

O Observatório, que reúne 56 organizações da sociedade civil, reforçou que a “antipolítica ambiental que tornou o Brasil um perigo para o mundo não apenas não muda”.

“O agora ex-antiministro do Meio Ambiente deixa um legado sombrio: dois anos de desmatamento em alta, dois recordes sucessivos de queimadas na Amazônia, 26% do Pantanal carbonizado, omissão diante do maior derramamento de óleo da história do Brasil, emissões de carbono em alta e a imagem internacional do país na lama. Para não dizer que só destruiu tudo, Salles acrescentou uma expressão ao léxico do português brasileiro: ‘boiada’ como sinônimo de destruição ambiental.”

Em nota, o Greenpeace afirmou que o país não poderia ter mais à frente o Ministério do Meio Ambiente alguém que, “de forma intencional de deliberada, agia contra a própria pasta e estava trazendo grandes danos ao país”. A ONG, porém, pondera que a troca do titular da pasta não garante que o governo mudará seu “projeto antiambiental nefasto”:

LEIA TAMBÉM  Vereadora defende paralisação dos professores de Manaus

“Por um lado, a sociedade civil recebe com alívio o pedido de demissão do ministro, após diversas investigações de desvio de finalidade de sua função, confirmando aquilo que vem sendo denunciado desde o início de seu mandato. Por outro, é evidente que a troca de peças por si só não deve mudar a estratégia do governo, agora com o novo ministro Joaquim Álvaro Pereira Leite, antigo membro da Sociedade Rural Brasileira (SRB), até então subordinado de Salles e aliado aos interesses do agronegócio”.

O Greenpeace acrescentou que a saída de Salles foi “tardia, mas necessária”:

“Entretanto, a estratégia do governo para a agenda ambiental não deve mudar e, de mãos dadas com o Legislativo, vão seguir tentando avançar na desregulamentação da proteção ambiental e dos povos indígenas”.

Publicidade
Entre no nosso grupo de Whatsapp

Já o WWF afirmou que “a atuação do governo Bolsonaro em relação ao Meio Ambiente entrará para a história como a mais devastadora que o Brasil já teve”.

“O b de boiada não é de Ricardo Salles. É do governo Bolsonaro. No mesmo dia em que cai o pior Ministro do Meio Ambiente da história do Brasil, o PL 490, que fere os direitos indígenas em relação a suas terras, foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça do Congresso Nacional, provando que o correntão de retrocessos socioambientais continua destruindo a todo motor”, diz a nota.

Deixe seu comentário aqui embaixo 👇…

Notícias da ALE-AM

Lendas Amazônicas, Urbanas e Folclóricas!

Curta a gente no Facebook

Bora Falar de Direito?

Confira as dicas de direito

Prefeitura de Manaus

Últimas notícias da Prefeitura de Manaus

Governo do Amazonas

Últimas notícias do Governo do AM

Tribunal de Contas do Amazonas

Últimas Notícias do TCE-AM

Águas de Manaus

Últimas notícias da Águas de Manaus

Assembleia Legislativa do AM

Últimas notícias da ALE-AM

Entre em nosso Grupo no Whatsapp

Participe do nosso grupo no Whatsapp

Últimas Atualizações