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Nesta segunda-feira (20), cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, anunciaram que, de acordo com resultados preliminares, a vacina da universidade para a Covid-19 é segura e induziu resposta imune. Os resultados se referem às duas primeiras fases de testes da imunização. A terceira fase está ocorrendo no Brasil, entre outros países.
O efeito deve ser reforçado após uma segunda dose da vacina, segundo os cientistas.
Entenda a novidade anunciada:
As fases 1 e 2 dos testes, que foram conduzidas simultaneamente no Reino Unido, tiveram 1.077 voluntários. Os ensaios mostraram que a vacina foi capaz de induzir a resposta imune tanto por anticorpos como por células T até 56 dias depois da administração da dose.
“Exatamente o tipo de resposta imune que esperávamos”, declarou Andrew Pollard, professor de pediatria na Universidade de Oxford.
Os pesquisadores dividiram os participantes em dois grupos: 543 pessoas receberam a vacina experimental, e outras 534 receberam uma vacina de meningite (o grupo controle).
A resposta imune foi medida em laboratório. São necessários mais testes para confirmar se a vacina protege efetivamente contra infecções, disseram os cientistas.
Na fase 3 do estudo, ficará determinado se a vacina de fato protege a população, explicou Pollard.
Foi vista uma resposta por células T (células do sistema imune capazes de identificar e destruir outras células infectadas) 14 dias após a dose. Já os anticorpos, capazes de destruir o próprio vírus, foram identificados 28 dias após a administração da vacina.
Pesquisa adiantada
A vacina de Oxford poderá ter o registro liberado em junho de 2021, de acordo com Soraia Smaili, reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Ao todo, 50 mil pessoas participam dos testes em todo o mundo, 10% delas no Brasil: 2 mil em São Paulo, 2 mil na Bahia e outras 1 mil no Rio de Janeiro. O Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) da Unifesp coordena a aplicação da vacina em São Paulo, que começou em junho com voluntários da área da saúde.
“Com a quantidade de pessoas que estão recebendo a vacina no mundo, é possível que tenhamos resultados promissores no início do ano que vem e o registro em junho”, afirma Soraia Smaili, reitora da Unifesp.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou a vacina de Oxford como a mais adiantada no mundo e, também, a mais avançada em termos de desenvolvimento. Um dos centros que testa essa vacina é coordenado por uma brasileira, a cientista Daniela Ferreira, doutora pelo Instituto Butantan.
Roberto Medronho infectologista da UFRJ, em entrevista à Globonews, afirmou que esse resultado era esperado, mas agora foi oficializado.
O acordo com o Brasil permitirá que o país adapte a fábrica de Bio Manguinhos para produzir a vacina e disponibilizá-la depois da fase três dos ensaios clínicos.
“O acordo da Fundação Oswaldo Cruz é benéfico para nós. Envolve não apenas os pacientes recrutados para o teste, mas a transferência [de tecnologia]. Há um acordo para reconfigurar a planta da Biomanguinhos para que depois da fase três ela possa ser produzida”, comentou.
A ideia de incluir a população brasileira se dá, também, para testar a eficácia da vacina em um grupo etnicamente mais diverso.
A vacina pode ter resultados de diferentes eficácias, de acordo com cada população. Daí a importância de testar em vários países, afirmou Medronho.
Mais de 160 vacinas contra Covid em testes
De acordo com a OMS, há 163 vacinas sendo testadas contra o coronavírus, sendo que 23 delas estão na fase clínica, que é o teste em humanos. Os números são do balanço da organização com dados até 14 de julho.
O vacinologista de Oxford Adrian Hill explicou que é difícil comparar a efetividade das várias vacinas que estão sendo testadas, porque os parâmetros não são os mesmos. “Gostaríamos de testar as outras vacinas no nosso laboratório”, disse Hill.
As etapas de produção de uma vacina envolvem 3 fases:
Fase 1: avaliação preliminar com poucos voluntários adultos monitorados de perto;
Fase 2: testes em centenas de participantes que indicam informações sobre doses e horários que serão usados na fase 3. Pacientes são escolhidos de forma randomizada (aleatória) e são bem controlados;
Fase 3: ensaio em larga escala (com milhares de indivíduos) que precisa fornecer uma avaliação definitiva da eficácia/segurança e prever eventos adversos; só então há um registro sanitário
Embora os estudos avancem em todo o planeta, o prazo de 12 a 18 meses para liberação é considerado um recorde. A vacina mais rápida já criada, a da caxumba, levou pelo menos quatro anos para ficar pronta.
Outra hipótese contra a qual todos os pesquisadores lutam é a de que uma vacina efetiva e segura nunca seja encontrada. O vírus do HIV, que causa a Aids, é conhecido há cerca de 30 anos, mas suas constantes mutações nunca permitiram uma vacina.
Fonte: G1
Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.
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