Notícias Vacinação mudou o perfil de internados e mortos pela Covid-19 no Brasil, aponta estudo Por Alessandro Nuñes Postado em 10 de fevereiro de 2022 3 minutos o tempo de leitura 58 Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe no Google+ Compartilhe no Reddit Compartilhe no Pinterest Compartilhe no Linkedin Compartilhe no Tumblr Foto: Divulgação Pesquisadores da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), no interior de São Paulo, constataram que a vacinação contra a Covid-19 reduziu o risco de internação e mortes pela doença mesmo em pacientes que tinham várias comorbidades, como problemas de coração e diabetes. Entre os vacinados, apenas a idade acima de 60 anos e a doença renal permaneceram como fatores de risco Já problemas de saúde como os de coração, fígado, neurológicos, diabetes ou comprometimento imunológico foram relacionados a um risco maior de internação pela Covid apenas para os não vacinados. “A vacina diminuiu o impacto de todas as comorbidades“, explica o médico e virologista Maurício Lacerda Nogueira, professor da Famerp e um dos autores da pesquisa, que teve financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Os dados foram divulgados nesta semana no “Journal of Infection“, do Grupo Elsevier. Como o estudo foi feito Os pesquisadores analisaram dados de 2.777 pacientes, internados com sintomas de Covid entre 5 de janeiro e 12 de setembro de 2021, para verificar o impacto da vacinação no perfil de pacientes internados com a doença. Entre os participantes, nesse período, 2.518 (equivalente a 91% do total) ainda não haviam sido vacinados contra a doença no momento da internação. A idade média dos pacientes era de 51 anos de idade. (É importante lembrar que a vacinação contra a Covid-19 só começou no Brasil em 17 de janeiro, e foi feita em idade decrescente. Até 12 de setembro do ano passado, só cerca de 34% dos brasileiros estavam imunizados). Ao separar os pacientes entre vacinados e não vacinados, os pesquisadores compararam as características dos integrantes de cada grupo – idade, sexo, presença de comorbidades, os sintomas que apresentaram, as condutas clínicas adotadas durante a internação e os desfechos (recuperação ou óbito). Para pacientes vacinados, apenas ter mais que 60 anos e uma doença renal continuou sendo um fator de risco aumentado para hospitalização ou morte. Entre os não vacinados, além da doença renal, ter cardiopatias, distúrbios no fígado ou neurológicos, diabetes e comprometimento imunológico também aumentavam o risco. “O que a vacina mudou foi o perfil da mortalidade. Ao invés daquela mortalidade que nós tivemos no meio do ano passado, onde atingia todas as faixas etárias e todas as comorbidades, a partir da vacina, essa mortalidade tende a ser maior apenas em idosos com insuficiência renal“, explicou Maurício Nogueira. Nogueira explicou que o objetivo dos cientistas não foi entender por que as pessoas com problemas de rins tiveram mais risco de internação e morte – mas que já se sabia que esses pacientes respondem pior à Covid e tem um equilíbrio (homeostase) pior no corpo “Tanto que as pessoas dialíticas [em tratamento de hemodiálise] eram grupo prioritário para fazer vacinação“, ponderou Comentários com Facebook