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Manaus, AM, terça, 05 de novembro de 2024

Memórias do Amazonas

Veja como estão as Ruínas de Paricatuba em 2017

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Para se chegar nas Ruínas de Paricatuba, você deve primeiramente chegar na Vila de Paricatuba, localizada no município de Iranduba (a 25 km de Manaus). Antes de mais nada é necessário lhe dizer que o prédio é declarado como  Patrimônio Histórico Cultural Imaterial do Estado do Amazonas, por meio da lei nº 4.260, de autoria do deputado Luiz Castro (REDE), promulgada no dia 17 de novembro de 2015.

Este final de semana a equipe do No Amazonas é Assim esteve no local para levantamento de material para o site quando se surpreendeu com uma barraca cobrando pedágio.

Tratava-se de um jovem senhor de nome Sérgio, que se intitula Presidente da Vila de Paricatuba, e segundo ele, ele está com aval da Prefeitura Municipal de Iranduba e da Secretária de Turismo da cidade.

Sérgio ainda disse, que nem o Governo do Estado do Amazonas, nem a Secretaria Estadual de Cultura – SEC e nem o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAM possuem interesse na construção e por isso, ele estava alí para “zelar pelo espaço”.

Sérgio cobra a bagatela de R$30 por entrada, e diz que possui livro-caixa no qual 20% do valor é destinado a manter o bom uso do espaço público e inclusive, já construiu (pasmem) uma ponte de madeira nas Ruínas de Paricatuba!

Ainda de acordo com o sr. Sérgio, ele só não limpa mais o terreno porque se não ele vai preso. Ele confessou, inclusive, que outro dia havia retirado as raízes suspensas e cipós das colunas, quando foi abordado por fiscais da Secretaria de Meio Ambiente e quase o levaram preso por crime ambiental.

Após nos identificarmos e dizermos que iríamos denunciar essa cobrança indevida, o tom mudou, e o “pedágio” começou a se chamar de “colaboração voluntária”.

Ele nos revelou ainda, que se for passeio de universidade ou grupo escolar, ele não cobra nada para entrar, mas que é necessário que as instituições solicitantes apresentem um ofício, que assim, ele autoriza a visitação do grupo.

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A família disse que assumiu o espaço há 1 ano e que trabalha das 8 às 17h e que se algum visitante quiser o acompanhamento de um guia, eles possuem também, inclusive, os guias são treinados e certificados, claro, mediante pagamento.

Ruínas de Paricatuba em 2017

Ruínas de Paricatuba em 2017

Senta que lá vem história

O reconhecimento de Paricatuba como patrimônio histórico imaterial, assegura a proteção da memória da comunidade, marcada pela edificação do prédio Belizario Pena, resguardando também a vivência coletiva, as manifestações e práticas culturais dos seus moradores.

O suntuoso prédio de sólida arquitetura colonial, hospedou os italianos e mais tarde funcionou como sede do Liceu de Artes e Ofício de Paricatuba, onde os moradores da vila aprendiam com padres franceses o ofício da marcenaria, construção civil e das artes. As instalações também serviram como casa de detenção, além de uma colônia de hanseníase.

O leprosário Belisario Penna seguia o modelo dos hospitais-colônias no Brasil e no exterior, com um sistema arquitetônico complexo e burocrático. Os pacientes eram levados de barco até a cidade isolada de Paricatuba. / Divulgação

O leprosário Belisario Penna seguia o modelo dos hospitais-colônias no Brasil e no exterior, com um sistema arquitetônico complexo e burocrático. Os pacientes eram levados de barco até a cidade isolada de Paricatuba. / Divulgação

O mato invadiu o salão principal do prédio. Ele dava acesso a pequenas salas, refeitório e banheiros, onde ainda hoje restam vasos de louça inglesa. O telhado foi completamente depredado na época da transferência dos doentes para a capital do Amazonas. As janelas também não resistiram a ação dos vândalos. O que pode ser encontrado ainda são os azulejos que revestiam as paredes dos lavabos.

Vejo como está o prédio em 2017. Vídeo capturado e editado por Marcus Pessoa

 

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Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.

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