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2 anos atrásno
Sempre que a gente pensa em onça pintada, a gente pensa na onça amarela com pintas pretas, mas você sabia que a onça preta também é pintada? As pintas dela ficam mais visíveis quando elas estão expostas ao sol. Curioso não é? Pois bem, você sabia que onça-preta e onça-pintada são animais da mesma espécie? É isso mesmo! Análises genéticas comprovam que ambas são representantes de Panthera onca. Isso pode parecer estranho quando falamos de animais selvagens, mas pense na nossa variação de cor de pele. O IBGE nos classifica em negros, brancos, pardos, amarelos ou indígenas e, independente de nossa cor, somos todos seres-humanos e pertencemos à mesma espécie (Homo sapiens).
No caso das onças, a coloração escura é causada por uma mutação genética que aumenta a quantidade de melanina, uma das proteínas responsáveis pela pigmentação da pele e dos pelos. Por isso, animais pretos são chamados de melânicos. Essa característica não é exclusiva da Panthera onca, leopardos melânicos são os mais conhecidos pelo público e são chamados de panteras negras, nome que também é utilizado para se referir às onças-pretas (veja as diferenças entre onças-pintadas e leopardos).
Um estudo publicado no periódico científico PLOS ONE afirma que o melanismo já foi documentado em 13 espécies de felinos diferentes e analises moleculares iniciais revelaram que a característica surgiu várias vezes na família. Isso significa que mutações diferentes em espécies diferentes levaram ao aparecimento de indivíduos negros.
No caso da onça-pintada, o melanismo é uma característica dominante. Em geral, características dominantes são encontradas na maior parte de uma população. Ou seja, quando uma onça-preta cruza com uma onça-pintada, existe uma probabilidade maior de nascerem filhotes pretos. No entanto, onças melânicas são raras e aparecem em uma frequência muito menor do que indivíduos amarelos na natureza. Por que será que isso ocorre?
O artigo Análise da distribuição espacial do melanismo na família felidae em função de condicionantes ambientais examinou 794 amostras de onças-pintadas provenientes de coleções científicas, armadilhas fotográficas, capturas e DNA fecal cobrindo a maior parte da distribuição geográfica da espécies e encontrou uma frequência de 9% de onças-pretas. Os registros ocorreram em regiões da Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica.
Curiosamente a variação não foi encontrada no Pantanal. O bioma possui uma das populações mais estudadas e estáveis de onça-pintada com alta abundância de indivíduos e habitats razoavelmente bem preservados. Fatores como umidade, temperatura, precipitação e, principalmente, a radiação solar são determinantes para a ocorrência de indivíduos melânicos. Ou seja, é a ação da seleção natural que desfavorece a presença da onça-preta na maior parte do Brasil. A mesma conclusão pode ser encontrada no livro Panthera onca – à sombra das florestas.
A verdade é que sabemos muito pouco sobre a onça-preta e mais estudos são necessários para entender melhor esse felino extraordinário.
*Fabio Paschoal é biólogo, jornalista e guia de ecoturismo. Foi editor e repórter de National Geographic Brasil por 5 anos e hoje é produtor de conteúdo do Onçafari e da GreenBond
Fonte : Onçafari
Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.
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