Publicado
3 anos atrásno
“A educação escolar indígena fortalece a comunidade, fortalece as tradições e favorece, também, a luta em defesa dos territórios e a garantia de vida para os nossos parentes”. Assim o professor Orlando Melgueiro da Silva, de 60 anos, do povo Baré, vê a Educação Escolar Indígena. Ele, que há 30 anos se dedica ao ofício de ensinar Geografia, pela Secretaria de Estado de Educação e Desporto, procura unir os conhecimentos acadêmicos aos tradicionais para levar aos estudantes indígenas e não indígenas o sentimento de pertencimento.
Graduado e pós-graduado em Geografia, Orlando Baré – como é conhecido – trabalha há 20 anos, especificamente, com a Educação Escolar Indígena e também é membro do Conselho Estadual de Educação Indígena. Já exerceu a função de professor em comunidades e, atualmente, leciona na Escola Estadual Júlia Bittencourt, na zona oeste de Manaus.
“Considerando que Manaus é uma cidade onde existem muitas ilhas territoriais na capital de diferentes povos, os povos que se reúnem se sentem unidos pela cultura, história, tradição e língua, então, eu, de vez em quando, percorro esses lugares. O maior desafio para os professores ou para a educação escolar indígena é a formação de professores, nós temos muitos professores que se graduaram e estão pós-graduando nas ciências que não têm muito a ver com a Educação Indígena”, observa Baré.
Na escola onde atua, todos os estudantes são não indígenas, então, ele vê que sua vivência de professor com as comunidades indígenas e com os indígenas não aldeados é um fator que dá outro ponto de vista nas abordagens e também de valorização da própria história do Amazonas.
Para ele, os povos indígenas tiveram conquistas na educação, como a manutenção das línguas maternas, assegurada na Lei de Diretrizes e Bases (LDB), entretanto, ainda há muito a ser conquistado e muito o que pôr em prática.
“Se eu estudei a Geografia, necessariamente terei de trabalhar na etnogeografia, por exemplo, mas para trabalhar a etnogeografia são necessárias metodologias específicas e pedagógicas para trabalhar com as comunidades indígenas. Então, o maior desafio no momento é a preparação, a formação de professores na área de educação indígena. A mensagem que eu daria para os nossos parentes é a de que educação escolar indígena fortalece”, finaliza Orlando Baré.
Educação Escolar Indígena – Segundo dados da Fundação Nacional do Índio (Funai) vivem hoje no Brasil pouco mais de 380 mil indígenas, sendo que 31% dessa população se encontra no Amazonas. São, pelo menos, 120 mil índios de 72 povos localizados nos 62 municípios do Estado e, desde 1991, o serviço de educação para esses povos é responsabilidade do Ministério da Educação (MEC) e dos estados brasileiros.
Até 2005, a grande parte das escolas em todo o país não trabalhava com os princípios da educação escolar indígena específica e diferenciada. No Amazonas, a Secretaria de Estado e Educação e Desporto vem implementando esta política com sucesso, com ensino nas comunidades de forma presencial e no Ensino Mediado por Tecnologia, além dos incentivos à formação específica dos professores.
Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.
Governo do Amazonas anuncia construção de 160 novas unidades habitacionais na zona sul de Manaus
Governador Wilson Lima entrega 70 toneladas de alimentos para instituições sociais em 2024
Wilson Lima autoriza pagamento de abono do Fundeb de até R$ 13,5 mil para 32 mil servidores da Educação
Amazonas realiza mais de 770 neurocirurgias no HPS Dr. João Lúcio em 2024
Wilson Lima destaca ajuda humanitária a mais de 130 Comunidades Indígenas em encontro com ministra Sônia Guajajara
Magia do Natal: Multidão lota Largo de São Sebastião na abertura da temporada natalina