Publicado
8 anos atrásno
Por
Jussara Melo
O pastor Felipe Heiderich, suspeito de ter abusado do próprio enteado, filho da também pastora Bianca Toledo, publicou um vídeo ontem, quarta-feira (13) se defendendo das acusações. Felipe, que deixou a prisão na segunda-feira (10) sob medidas cautelares, disse estar “em choque”.
“Eu precisava me recuperar um pouco. Eu sempre achei que todo mundo era inocente até que se provasse o contrário, mas o que eu vivi prova que todos são culpados até que se prove o contrário. Assim como vocês, eu fiquei em choque.”
Emocionado, ele disse que viveu os piores momentos da vida. “No dia 14, ela [Bianca] saiu de casa, e ali começaram os piores dias da minha vida. Eu fui fraco e não soube lidar com essa situação. Primeiro, pelo choque de lidar com a informação de que a criança que você ama estava sendo abusada por alguém. E, segundo, que essa pessoa seria você”, disse.
O pastor contou que pegou dois vidros de um antidepressivo e tomou todo o conteúdo de um deles, que estava pela metade – o outro estava vazio.
“Eu não queria me matar, eu só queria dormir”, conta Heiderich.
“Eu quero pedir perdão à Igreja de Deus porque, talvez, muitos na fé que me acompanham e acompanham nosso ministério tenham sido enfraquecidos. Mas, entendam, me desculpem. Essa nunca foi a minha intenção, mas eu não soube lidar. Eu só queria sumir.”
No vídeo, o pastor diz ainda que sua inocência está “praticamente estabelecida”. “Dei minha versão à polícia, peguei meu computador, meu telefone, disse para que eles investiguem minha vida. Em seguida, fui acusado, julgado, sentenciado. Vou provar a minha inocência.”
Denúncia
No sábado (9), o desembargador Murilo Kieling concedeu alvará de soltura a Heiderich, mesmo sem tornozeleiras eletrônicas. O equipamento parou de ser fornecido ao governo porque a empresa responsável não recebe do estado desde setembro.
De acordo com a denúncia do MP, o pastor teria cometido os atos libidinosos contra o menino diversas vezes. Ele foi denunciado por estupro de vulnerável e, de acordo com o documento, a prática ocorreu até o dia 11 de junho deste ano.
A denúncia do promotor Luiz Otávio Lopes foi oferecida com base na investigação da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV). O MP também requereu ao juízo a revogação da prisão temporária do acusado, por entender já ter sido possível obter na fase de investigação os elementos necessários para a propor a denúncia.
O Ministério Público requereu, ainda, a aplicação de outras medidas cautelares, como a proibição de contato do denunciado com a vítima e sua mãe, uma distância-limite de 250 metros entre os mesmos, a proibição do acusado de deixar a comarca e o recolhimento do seu passaporte.
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