O caso do Padre acusado de pedofilia em Coari, cidade do interior do Amazonas, distante 363 km de Manaus, ganha mais detalhes sórdidos a medida que a investigação sobre o suspeito avança. Uma das recentes revelações dão conta que o padre engravida a vítima abusada desde os 14 anos, a obriga a fazer o aborto e enterra o feto em quintal de casa.
A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) deflagrou uma Operação de combate à pedofilia que resultou na prisão do Padre o padre Paulo Araújo da Silva, 31, no último domingo (18/08) em Coari. O religioso é investigado por crimes sexuais contra uma adolescente de 17 anos, que incluem gravação de vídeos explícitos, exploração sexual, aborto forçado e ameaças.
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A prisão ocorreu após meses de investigação, iniciada em setembro de 2023, com base em denúncias anônimas feitas ao Disque 100, canal dos Direitos Humanos.
Segundo investigações da polícia, a vítima era abusada desde os 14 anos, ela chegou a ser forçada a abortar após engravidar do padre. Ela relatou que, sob constante ameaça, era obrigada a manter relações sexuais e que o padre, além de abusar da vítima, aliciava outras jovens para participar dos encontros sexuais. A operação resultou também na apreensão de mais de R$ 30 mil, 260 vídeos de conteúdo sexual com menores e materiais que serão periciados.
No momento da prisão, o padre foi flagrado na cama com uma jovem que havia acabado de fazer 18 anos, o que reforça suspeitas de que ele mantinha relações com ela desde a adolescência. A polícia também investiga a participação de Francisco Rayner Barros Batista, 34, apontado como cúmplice no fornecimento do medicamento abortivo Misoprostol, usado para induzir o aborto na vítima. Batista está foragido, e a polícia solicita informações anônimas pelo Disque-Denúncia 181.
Durante coletiva de imprensa, o delegado-geral adjunto Guilherme Torres destacou a colaboração da Igreja Católica nas investigações e pediu que outras possíveis vítimas denunciem. “O trabalho continua, pois acreditamos que há mais envolvidos e vítimas nesse caso”, afirmou.
A suspeita que haja novas vítimas se deu pelo alto número de vítimas registradas em vídeos, pelo padre.
O padre Paulo Araújo será encaminhado à audiência de custódia e responderá por crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, Código Penal e Lei Maria da Penha, com penas que podem chegar a anos de reclusão.
A Diocese do município de Coari, no interior do Amazonas, divulgou um comunicado no domingo (18/8), após a prisão do padre Paulo, suspeito fazer e gravar sexo com adolescentes na localidade.
O chanceler da Diocese, Padre Josinaldo Plácido, afirmou que todas as providências canônicas foram tomadas, afastando o padre de suas funções e assegurando conformidade com as leis da Igreja. A Diocese expressou solidariedade com as vítimas e reafirmou seu compromisso com a justiça e a verdade. Confira a nota da diocese na integra: