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6 anos atrásno
Em depoimento à Polícia Civil, Cristiana Brittes (esposa de Edison Brittes Júnior) disse que acordou com o jogador Daniel Corrêa Freitas, de 24 anos, deitado em cima dela apenas de cueca e que, ao perceber que ela estava assustada, o mesmo teria dito ‘Calma, é o Daniel’. O marido da comerciante confessou ter assassinado o atleta com a justificativa de que ele teria tentado estuprar a esposa. O Paraná Portal teve acesso à íntegra dos depoimentos de Cristiana e da filha do casal, Allana Brittes.
“Precisamente quanto aos fatos, informa que em dado momento, enquanto dormia, acordou com DANIEL deitado sobre si, e assustada começou a gritar. Que DANIEL estava excitado, com o pênis ereto, trajando apenas cueca e passava a mão pelo corpo da interrogada, sendo que ele dizia “calma, é o DANIEL”, diz o depoimento de Cristiana.
O crime aconteceu na manhã do último dia 27 de outubro após a festa de aniversário de 18 anos da filha do casal, Allana, que também está presa como coautora do assassinato. A festa iniciou em uma casa noturna no bairro Batel, em Curitiba, e terminou na casa da família Brittes, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana, onde Daniel teria sido espancado antes de ser conduzido até a Colônia Mergulhão, local em que o corpo dele foi abandonado.
A comerciante também relatou que Daniel esfregou o órgão sexual em seu corpo e ao perceber isso ela gritou por socorro. “Que aos gritos, pediu por socorro e ajuda, sendo que o primeiro a entrar em seu quarto foi seu marido JÚNIOR, o qual arrombou a porta para entrar no quarto, e então JÚNIOR segurou DANIEL pelo pescoço, tendo a interrogada saído pela janela de seu quarto, a qual tem saída para a área da frente da casa”, relatou Cristiana.
A esposa do suspeito afirmou que pediu para que os demais presentes na casa ajudassem Daniel e que o marido parasse com as agressões. “Relata que JÚNIOR iniciou agressões contra DANIEL ainda dentro do quarto, e a interrogada apenas pedia para ajudarem DANIEL e para parar as agressões, as quais foram executadas por JÚNIOR, DEIVID, EDUARDO e YGOR porém diz que não pode afirmar, pois não viu, sendo que apenas pediu para ajudarem DANIEL, para separarem a briga, e que era para soltar ele para a rua, mesmo sem roupa”, contou em depoimento.
Questionada sobre seu aparelho celular, disse que o mesmo está com “problema no áudio e está na assistência técnica”. Além disso, negou que ela, o marido e a filha tenham tentado coagir uma testemunha em um encontro no shopping. “Nega que tenham tentado combinar qualquer história com ‘MINEIRO’, negando o relatado por ele, do “elo fechado”, e que JÚNIOR estava disposto à se entregar a assumir a culpa do delito”, descreve o depoimento.
O depoimento de Cristiana foi colhido nesta segunda-feira (5), por cerca de duas horas. Após ela falar, foi a vez da filha Allana contar sua versão dos fatos. Allana disse que ao chegarem em casa, sua mãe e uma prima subiram na mesa para dançar, foi então que seu pai pediu para que ela colocasse um short em Cristiana, já que ela estava de vestido. Após vestir a mãe, ambas voltaram para a sala.
Allana descreveu que foi dormir e acordou com o barulho da confusão. Ao chegar no quarto da mãe viu o pai agredindo Daniel. “Informa que seu pai JÚNIOR dizia a DANIEL que “ele estava na cama dele, na cama que ele dorme com a mulher, mãe das filhas dele e o que ele estava pensando””, relata Allana em depoimento.
A jovem descreve ainda que viu o pai colocando o carro de ré próximo a Daniel e abrindo o porta-malas. “Sendo que antes viu DANIEL se mexendo, não dizendo nada, mas todo machucado e ensanguentado”, afirmou Allana.
Em outro trecho, no entanto, a filha do casal “afirma que não viu sujidades de sangue no quarto ou em qualquer outra área da casa, não sendo necessário efetuar qualquer tipo de limpeza
posteriormente”, conforme aponta o depoimento.
Em relação as mensagens enviadas para família de Daniel, Allana disse que recebeu as ligações de uma pessoa de Minas Gerais, questionando sobre o desaparecimento do jogador. Ela afirmou que conversou com o pai que a mandou “inventar a história de que DANIEL estava na festa da sua casa, mas havia saído pelo portão e tomado rumo ignorado”.
FAMÍLIA DEVE SER INDICIADA
A família Brittes e demais suspeitos de participação na porte do jogador de futebol Daniel Corrêa Freitas, de 24 anos, devem ser indiciados por homicídio qualificado e coação de testemunhas, segundo o delegado responsável pelo caso Amadeu Trevisan.
Segundo o delegado, todos os envolvidos devem ser indiciados por homicídio qualificado após o final do inquérito policial e o caso levado a júri popular.
CASO
O corpo do jogador foi encontrado em uma área de mata próxima à uma estrada rural, na cidade de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, no sábado (27), por moradores da região. Ele estava nu, com diversos cortes, dois deles profundos na região do pescoço, e teve o pênis decepado. O órgão estava pendurado em uma árvore a 20 metros de onde o corpo foi encontrado.
De acordo com o advogado da família do jogador, Nilton Ribeiro, as alegações são fantasiosas para manchar a honra do rapaz. O advogado solicitou na Justiça a reconstituição do assassinato e espera que isso deva provar que a família Brittes estaria omitindo informações.
DEFESA
“Ao que tudo está a indicar, o Edison tem, na sua versão apresentada, elementos de convicção muito forte: sua predisposição em contar o que aconteceu de forma espontânea. Ele se apresentou à polícia, franqueou a entrada em sua casa, entregou o veículo e as diligências foram empreendidas graças às indicações dele”, disse o advogado Cláudio Daledone Júnior quando o suspeito se entregou à polícia.
Fonte : Portal Paraná
Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.