Publicado
8 anos atrásno
Por
Jussara Melo
Na manhã desta terça-feira, 22, dentro do seu escritório, na região central de Guarulhos, na Grande São Paulo, o jovem advogado Leandro Balcone Pereira, de 35 anos, foi assassinado.
Testemunhas afirmaram à polícia que um homem se apresentou como cliente e entrou no escritório. Em seguida, foram ouvidos tiros e o suspeito sumiu. Ele é branco, tem cerca de 50 anos, gordo, calvo, usava óculos de grau, vestia camisa azul e calça jeans.
Embora o local não tenha circuito de segurança, policiais da Delegacia de Homicídios de Guarulhos encontraram câmeras que filmaram o suspeito andando na rua. Ele foi reconhecido por uma testemunha que o viu entrar no escritório.
Para os investigadores, a hipótese mais provável é que Balcone tenha sido morto por causa de desavença com algum cliente. Mas nenhuma possibilidade foi descartada por enquanto.
Balcone era criminalista e suplente de vereador pelo PSB. O advogado participava de movimentos contrários ao governo Dilma Rousseff.
Esta semana, ele postou nas redes sociais um texto no qual criticava a corrupção e defendia a prisão de políticos denunciados na Operação Lava Jato. Disse também que estava recebendo ameaças por ser criminalista e defender a “prisão do chefe da quadrilha”, referindo-se ao ex-Presidente Lula da Silva.
Em nota, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP), Marcos da Costa, lamentou a morte de Balcone e informou que a instituição vai acompanhar as investigações da Polícia Civil. “Era um jovem que se destacava na liderança da advocacia em Guarulhos”, disse. Balcone completaria 36 anos no dia 29 de março.
Leandro Balcone Pereira, foi abatido com 12 tiros de uma potente pistola 380 disparados à queima-roupa pelo assassino, que fugiu antes de ser possível fazer alguma coisa para ajudar a vítima ou mesmo chamar a polícia.
Num ato contínuo, funcionários, outros clientes e a própria mãe de Leandro, que estava na sala ao lado, ouviram as detonações e depois viram o assassino a sair do escritório a correr.
Desde o momento em que entrou na sala da vítima e até fugir, o criminoso levou menos de um minuto, ou seja, assim que entrou começou a disparar e fugiu. Leandro Balcone Pereira, que ganhou fama na cidade como criminalista, ficou igualmente famoso nas redes sociais nos últimos tempos pela defesa que fazia da luta contra a corrupção nos meios políticos.
Na semana passada, o advogado publicou no seu site que estava a ser ameaçado de morte, sem especificar, no entanto, a origem ou o motivo dessas ameaças. A polícia está a investigar o caso e a tentar confirmar a identidade do assassino, que chegou ao edifício a pé e fugiu pela rua da mesma forma, mas que, segundo os agentes, devia ter um carro à sua espera numa rua próxima.
Devido ao envolvimento do advogado com movimentos anti-Dilma e anti-Lula e a favor da destituição da Chefe de Estado, a imprensa local avançou inicialmente com a hipótese de crime político. Mas, como soube o Correio da Manhã em diligências realizadas ao longo de quinta-feira, essa hipótese ganha cada vez menos espaço nas investigações.
O secretário de Segurança Pública do estado de São Paulo. Alexandre de Moraes, afirmou ao CM estar totalmente afastada a hipótese de crime político no caso. O responsável pela investigação, que pediu para manter o nome em sigilo, declarou não concordar com o secretário e não ter afastado de todo a hipótese de crime político, mas acrescentou que este cenário não é a principal linha no esclarecimento do brutal crime. Segundo o responsável policial, as duas hipóteses mais prováveis para a execução de Leandro Balcone Pereira são desavença com algum cliente, já que lidava com criminosos, ou crime passional.
Esta possibilidade, a de crime passional, justificaria o grande número de disparos feitos pelo executor, demonstrando aparentemente não ser um assassino profissional, que age friamente e normalmente dispara só para matar, e sim uma pessoa que sentia muito ódio pelo advogado. Alexandre de Sá Domingues. presidente da secção de Guarulhos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), também recomenda cautela na análise da situação, para não provocar pânico desnecessário na população.
Alexandre lembra que, além de ativista pela ética, a favor da destituição de Dilma e da prisão de Lula e de ser candidato a vereador nas eleições municipais do próximo mês de outubro, Leandro Balcone Pereira relacionava-se por força da profissão com pessoas violentas e que, além disso, já foi proprietário de uma casa noturna, onde pode igualmente ter gerado inimizades.
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