Publicado
7 anos atrásno
Por
Jussara Melo
Ontem (21/8), uma professora da rede pública de Indaial, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, foi agredida com soco por um aluno dentro da escola, após chamar a atenção do mesmo.
A professora de língua portuguesa, Marcia de Lourdes Friggi, de 51 anos, ficou ferida após ser atingida por tapas e socos de um aluno de 15 anos, quando o levou até a sala da diretoria. A violência foi relatada pela vítima nas redes sociais e a ocorrência devidamente registrada na delegacia de Polícia Civil, que instaurou um auto de apuração de ato infracional contra o adolescente.
A professora precisou ir até o Hospital Beatriz Ramos para fazer a sutura do rosto, na altura do supercílio. Por conta disso, a professora deve ficar afastada por pelo menos sete dias seguindo a recomendação médica. O exame de corpo de delito foi realizado em Blumenau.
A direção da escola e o Conselho Tutelar devem decidir nesta terça-feira qual será o encaminhamento que será tomado por conta da conduta do aluno. Ele também será intimado pela polícia para dar sua versão sobre o caso.
Agressão física e verbal
Segundo a Gered (Gerência de Educação) da ADR (Agência de Desenvolvimento Regional) de Timbó, a professora trabalha na rede estadual de ensino de Santa Catarina e leciona na Escola Prefeito Germano Brandes Júnior. Ela também é contratada em caráter temporário (ACT) para trabalhar numa unidade de EJA (Ensino de Jovens e Adultos) pertencente à Secretaria Municipal de Educação, onde ocorreu a agressão.
A professora chegou a compartilhar o caso nas redes sociais, em que conta que ela solicitou para que o menino colocasse o livro sobre a mesa e o mesmo não concordou e disse para ela “se f…”. Foi quando ela pediu para que ele se retirasse da sala, e ele arremessou um livro na cabeça da professora.
“Não me feriu, mas poderia. Na direção eu contei o que tinha acontecido. Ele retrucou que menti e eu tentei dizer: Como, menti? A sala toda viu… Não deu tempo para mais nada. Ele, um menino
forte de 15 anos, começou a me agredir. Foi muito rápido, não tive tempo ou possibilidade de defesa. O último soco me jogou na parede”, afirma no relato.
Os socos chegaram a causar um corte no rosto e uma lesão no olho. “Estou dilacerada por ter sido agredida fisicamente. Estou dilacera por saber que não sou a única, talvez não seja a última.
Estou dilacera por já ter sofrido agressão verbal, por ver meus colegas sofrerem. Estou dilacera porque dilacera porque me sinto em desamparo, como estão desamparados todos os professores brasileiros”, desabafa em outro trecho.
Repúdio
Em nota, a Prefeitura de Indaial informou que “a Secretaria Municipal de Educação repudia qualquer tipo de agressão física ou moral, independentemente da motivação” e que “continuará prestando o apoio necessário para a professora”. A Gered da 34ª ADR de Timbó lamenta o ocorrido e vai continuar acompanhando o caso.
O outro lado
A reportagem não conseguiu contato com o aluno acusado de agressão, nem com a família dele. Os nomes do rapaz e dos pais não foram fornecidos pelo Ceja, pela Secretaria de Educação, pela Polícia Civil, pelo Conselho Tutelar e pelo juizado da Infância e Juventude.
Até a tarde desta terça, ele também não havia sido ouvido formalmente por nenhuma entidade que pudesse, indiretamente, fornecer sua versão.
A direção do Ceja não comentou o assunto. Informou que só a Secretaria de Educação do município falaria sobre o caso. Em nota, a pasta confirmou a agressão, informou que prestou apoio à professora e declarou que repudia “qualquer tipo de agressão moral ou física independentemente da motivação”. “A Secretaria de Educação está acompanhando todos os fatos e continuará prestando o apoio necessário à professora”, diz o texto. A nota não faz alusão ao aluno.
O prefeito de Indaial, Andre Moser (PSDB), informou nesta terça que a situação escolar do aluno será discutida nos próximos dias e que a agressão já foi comunicada às autoridades competentes.
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