Em conversa com uma jornalista no último sábado (22) no Guarujá, litoral de São Paulo, onde passa o Carnaval, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que “implodiu o Inmetro” e cortou a cabeça de todos os diretores do órgão normativo do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro).
“Implodi o Inmetro. Implodi. Mandei todo mundo embora. Por quê? Há poucos meses assinaram portaria para trocar tacógrafos. Em vez de ser o normal que está aí, inventaram um digital. Ele é aferido de dois em dois anos. Passaram para um. Mandei acabar com isso aí”, declarou.
O tacógrafo é um instrumento que indica e registra dados sobre a condução dos veículos, como distância percorrida, velocidade desenvolvida e tempos de parada e direção.
“Não estou acusando ninguém de fazer nada errado. Mas ficamos com… Foram demitidos mais pelo excesso de zelo. Aí complicou para eu engolir essa iniciativa deles”, declarou.
Bolsonaro ainda criticou um plano do órgão para determinar a instalação de chips em todas as bombas de combustíveis no país para coibir fraudes.
Fiscais do Inmetro fiscalizando bombas de combustíveis / Divulgação
Para o jornalista Luis Nassif, o ataque ao órgão tem o intuito de reduzir os mecanismos de controle da qualidade do combustível. “A falsificação de combustíveis é mais forte de todas as atividades criminosas”, diz Nassif.
Jair Bolsonaro tomou a decisão de demitir todos os diretores, em uma conversa com um amigo, no período de carnaval – foto: arquivo/Inmetro