Publicado
2 anos atrásno
Por
Jussara Melo
Após fiscalização severa das Forças Armadas, o teste de integridade das urnas eletrônicas com biometria feita pelos militares confirmam o que foi dito no último dia 6 de outubro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE): as urnas eletrônicas brasileiras são eficientes e não apresentaram nenhum sinal de fraudes durante o processo de votação no primeiro turno.
O trabalho foi uma concessão do Tribunal para pacificar a relação com o Ministério da Defesa. Diante do que foi relatado pelas Forças Armadas, Jair Bolsonaro (PL) proibiu a divulgação que não existe fraude no resultado das urnas eletrônicas.
A informação, apresentada em primeira mão pelos jornalistas Malu Gaspar e Rafael Moraes Moura de O Globo, tem como fonte três generais, dois do Alto Comando do Exército. Segundo os oficiais, Bolsonaro falou que que os militares deveriam se esforçar mais. Segundo ele, as informações “não batiam” com o que “pensa” a respeito do assunto.
O projeto-piloto organizado em conjunto com o TSE foi acordado depois de meses de conflito e de crise estimulada por Bolsonaro entre a Defesa e o TSE sobre a segurança do sistema eleitoral contra fraudes.
Bolsonaro tem de forma repetida lançado suspeitas contra as urnas eletrônicas, sem apresentar provas. No final da apuração dos votos no primeiro turno, ele disse que a conclusão sobre a segurança do sistema seria dada pelo parecer da Defesa.
Os militares pediram que fosse incluído nos tradicionais testes de integridade, a biometria de eleitores. Das 641 urnas usadas na simulação comum, 58 receberam a biometria. No total, 2.044 eleitores participaram como voluntários.
Na quinta-feira, 6, o TSE divulgou o seu diagnóstico. Nos dos dois testes – o de integridade e o piloto – não houve nenhuma irregularidade. As urnas eletrônicas tiveram 100% de aprovação.
Desde o dia seguinte às eleições, jornalistas têm questionado o Ministério da Defesa a respeito dos seus resultados da fiscalização.
Nos primeiros dias, foi dito reservadamente ao O Globo que o trabalho ainda não havia sido concluído.
Nesta segunda-feira, 10, a informação foi a de que não havia previsão de envio de relatórios ao TSE e que qualquer observação e sugestão seria enviada diretamente ao tribunal.
O ministro do Tribunal de Contas da União Bruno Dantas requisitou nessa segunda-feira, 10, à Defesa uma cópia do relatório da auditoria realizada no primeiro turno. Os militares têm 15 dias para entregar o documento ao TCU.
Dantas atendeu a um pedido do subprocurador-geral do tribunal, Lucas Rocha Furtado. Em ofício, Furtado registrou que “a Constituição Federal admite sigilo em raras hipóteses, uma delas quando a informação seja imprescindível à segurança do Estado, e, neste caso, é a segurança do Estado que sairá fortalecida com a divulgação de tais informações”.
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