Pela segunda vez nesta semana, o Brasil bateu o recorde de registros de mortes por coronavírus em 24 horas. O Ministério de Saúde divulgou 1.910 vítimas fatais em um dia. Isso equivale a um registro de óbito a cada 45,23 segundos. No total, 259.271 pessoas morreram de coronavírus no Brasil, número maior do que a população total de Viamão, na região metropolitana de Porto Alegre (255.271, na estimativa de 2019).
Na terça-feira (2), o ministério divulgou o que havia sido o maior número desde o início da pandemia: 1.641 mortes. O total de vítimas fatais era um pouco mais baixo do que o publicado pelo Consórcio de Veículos de Imprensa (G1, O Globo, Extra, O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo e UOL), que havia somado 1.726.
O Ministério da Saúde também divulgou que foram registrados 71.704 novos casos da doença no Brasil, chegando a um acumulado de 10.718.630 pessoas que já foram infectadas com a covid-19.
Número de sepultamentos aumenta 55,3% em Porto Alegre no mês de fevereiroNúmero de sepultamentos aumenta 55,3% em Porto Alegre no mês de fevereiro
Um boletim do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertou para a piora de todos os indicadores da pandemia no Brasil. De acordo com os cientistas da fundação, além da alta de casos e de óbitos, há uma sobrecarga simultânea dos sistemas hospitalares no Brasil e um aumento do número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
Ao analisar a pressão sobre o sistema de saúde e as unidades de terapia intensiva (UTIs), a Fiocruz afirmou que este pode ser apenas o começo de um cenário mais grave.
“A questão de sobrecarga nos sistemas de saúde é uma preocupação desde o início da pandemia, e agora, principalmente, deve-se olhar para estes indicadores como um alerta real. Os dados são muito preocupantes, mas cabe sublinhar que são somente a ‘ponta do iceberg’. Por trás deles estão dificuldades de resposta de outros níveis do sistema de saúde à pandemia, mortes de pacientes por falta de acesso a cuidados de alta complexidade requeridos, a redução de atendimentos hospitalares por outras demandas, possível perda de qualidade na assistência e uma carga imensa sobre os profissionais de saúde”, aponta o grupo.
Para a Fiocruz, instituição responsável pela análise dos dados da pandemia no Brasil, o momento é de aumentar as medidas de supressão, ou seja, as restrições de atividades nas cidades.
“Adoção de medidas mais rigorosas de restrição da circulação e das atividades não essenciais, de acordo com a situação epidemiológica e capacidade de atendimento de cada região, avaliadas semanalmente a partir de critérios técnicos como taxas de ocupação de leitos e tendência de elevação no número de casos e óbitos”, descreve.