Política
Brasil tem menor nível de pobreza e extrema pobreza da história, afirma IBGE

Published
3 meses agoon
By
Jussara Melo
Em 2023, o Brasil alcançou os menores níveis de pobreza e extrema pobreza da série histórica iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados constam na pesquisa Síntese de Indicadores Sociais 2024, que traz análises sobre as condições de vida da população brasileira.
O parâmetro internacional para medir a pobreza, definido pelo Banco Mundial, é de uma renda de até US$ 6,85 por pessoa por dia. Assim, pessoas com renda abaixo disso, que equivale a cerca de R$ 665 por mês, são consideradas em situação de pobreza.
Já o parâmetro global para a extrema pobreza é de uma renda de até US$ 2,15 por dia, cerca de R$ 209 mês.
Conforme a pesquisa, as crianças e adolescentes de zero a 14 anos são a população mais atingida pela pobreza: 7,3% são extremamente pobres e 44,8%, pobres.
Entre os grupos por idade, os idosos têm os menores índices: 2% estão em situação de extrema pobreza, enquanto 11,3% estão em condição de pobreza.
Diferenças regionais, de gênero e cor
Conforme a pesquisa, as regiões Norte e Nordeste têm as maiores proporções de pessoas pobres e extremamente pobres. Quando observados gênero e cor, mulheres e pessoas pretas e pardas são as mais atingidas.
▶️ Mulheres e homens:
A pobreza atinge 28,4% das mulheres, enquanto a proporção entre os homens é de 26,3%.
Já a extrema pobreza afeta 4,5% das mulheres e 4,3% dos homens.
▶️ Pessoas brancas, pretas e pardas:
A pobreza atinge 35,5% das pessoas pardas e 30,8% das pessoas pretas. Enquanto isso, a proporção entre as pessoas brancas é de 17,7%.
Já a extrema pobreza afeta 6% das pessoas pardas, 4,7% das pessoas pretas e 2,6% das pessoas brancas.
▶️ Regiões do país:
A pobreza atinge 47,2% da população do Nordeste e 38,5% do Norte. Nas outras regiões, as proporções são: Sudeste (18,4%), Centro-Oeste (17,8%) e Sul (14,8%).
Já a extrema pobreza afeta 9,1% da população do Nordeste e 6% do Norte. Completam os dados: Sudeste (2,5%), Centro-Oeste (1,8%) e Sul (1,7%).
Acesso domiciliar à internet
A pesquisa do IBGE também mostra que, de 2016 a 2023, o acesso domiciliar à internet avançou 24,3 pontos percentuais no país, passando de 68,9% para 92,9%.
O salto foi maior entre a população extremamente pobre: no mesmo período, a proporção de acesso passou de 34,7% em 2016 para 81,8% em 2023, um salto de 47,1 pontos.
Quando considerada a população pobre, a evolução foi de foi de 50,7% para 81,8%, uma alta de 31,1 pontos no mesmo período.
Destaques
- De 2022 a 2023, o percentual da população do país abaixo da linha de pobreza adotada pelo Banco Mundial (US$ 6,85 PPC por dia ou R$ 665 por mês) caiu de 31,6% para 27,4%. Foi a menor proporção desde 2012.
- Em um ano, 8,7 milhões de pessoas saíram da pobreza no país. Numericamente, essa população recuou de 67,7 milhões para 59,0 milhões, seu menor contingente desde 2012.
- No mesmo período, a proporção da população na extrema pobreza (US$ 2,15 PPC por dia ou R$ 209 por mês) recuou de 5,9% para 4,4%, o menor percentual desde 2012. Pela primeira vez, esse indicador ficou abaixo dos 5,0%.
- De 2022 a 2023, cerca de 3,1 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza, no país. A população na extrema pobreza recuou de 12,6 milhões para 9,5 milhões, menor contingente desde 2012.
- Em 2023, cerca de 51% das pessoas em áreas rurais viviam em domicílios beneficiados por programas sociais. Em áreas urbanas, essa proporção era de 24,5%.
- Entre as pessoas com 0 a 14 anos, 42,7% (ou duas em cada cinco) viviam em domicílios com benefícios de programas sociais.
- Em 2023, o total de jovens de 15 a 29 anos que não estudavam e não estavam ocupados atingiu o menor número (10,3 milhões) e a menor proporção (21,2%) desde o início da série, em 2012.
- Entre 10,3 milhões de jovens de 15 a 29 que não estudavam nem estavam ocupados, as mulheres pretas ou pardas eram 4,6 milhões (ou 45,2% desse total, enquanto as mulheres brancas eram 1,9 milhão (ou 18,9%). Já os homens pretos ou pardos eram 2,4 milhões (23,4%) e os homens brancos, 1,2 milhão (11,3%).
- O rendimento-hora dos trabalhadores de cor ou raça branca (R$ 23,02) era 67,7% maior que o dos trabalhadores de cor ou raça preta ou parda (R$13,73).
- Em 2023, o rendimento médio por hora trabalhada dos homens (R$18,81) superou o das mulheres (R$16,70) em 12,6%. A maior desigualdade estava entre pessoas com nível superior completo, com o rendimento médio dos homens (R$42,60) superando o das mulheres (R$30,03) em 41,9%.
A Síntese de indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2024, sistematiza informações sobre a realidade social e as condições de vida da população brasileira.
O estudo traz indicadores de 2012 a 2024 sobre a estrutura econômica e mercado de trabalho; padrão de vida e distribuição de rendimentos (incluindo linhas de pobreza), condições de moradia; educação; e condições de saúde. Os recortes geográficos incluem grandes regiões, unidades da federação e, em alguns indicadores, municípios das capitais.
Nesta edição, foram apresentadas novas análises, como a de indicadores de condições de vida segundo estratos geográficos, que os abordam de forma mais granular no território; a de condições de moradia segundo situação de pobreza monetária; entre outras.

Brasil tem menor nível de pobreza e extrema pobreza da história – Imagem: Divulgação
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