A empresa By Money foi alvo da “Operação Loki” da Polícia Federal nesta terça-feira (20) por suspeita de operar em esquema de pirâmide financeira. Em atividade desde 2018, o negócio chegou a movimentar mais de R$ 90 milhões em apenas um ano. Agora, a empresa já não consegue pagar os clientes e começa a ruir, segundo a PF.
De acordo com a Polícia Civil, há quatro boletins de ocorrência registrados contra a By Money por a empresa ter fechado as portas, não respondido os clientes e deixado de pagar os valores referentes aos juros do capital aplicado.
Procurada, a empresa não atendeu as ligações do G1 até a última atualização desta reportagem.
Durante as buscas, a PF encontrou um bilhete com um tipo de mantra que dizia:
- Eu permito! Ter muito dinheiro.
- Eu aceito! Ganhar muito dinheiro.
- Eu recebo! Muito dinheiro.
- Eu agradeço! Por ter recebido muito dinheiro.
Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Boa Vista. As ordens foram expedidas pela 4ª Vara Federal Criminal de Roraima após representação da Autoridade Policial e manifestação favorável do Ministério Público Federal.
A By Money prometia rendimentos de até 20% mensais sobre os valores dos clientes e diziam às vítimas ter um “alto desempenho no mercado financeiro” para justificar a porcentagem. No entanto, a investigação da PF aponta que nem a empresa nem os clientes tinham habilitação legal para operar no mercado de capitais.
Conforme o cadastro da By Money na Receita Federal, a atividade primária seria a correção de títulos e valores mobiliários. Como atividades secundárias, a empresa poderia prestar serviços de construção de edifícios e comércio varejista de materiais de construção em geral.
Um dos suspeitos e alvo da “Operação Loki” já é investigado por participação em um esquema de pirâmide em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul.
Evidências do esquema de pirâmide
Ainda segundo o inquérito policial, a By Money recebia o depósito de terceiros e repassava para sócios e representantes da empresa. Depois, aplicava apenas 15% em fundos de baixo risco e com rendimentos muito inferiores à porcentagem prometida aos clientes.
Outro indício de que se trata de um esquema de pirâmide é que eram feitos saques fracionados de quantias milionárias. A divisão da quantia tinha como objetivo dificultar a ação de órgãos de controle, de acordo com a PF.
Os suspeitos agora serão investigados por crimes contra a economia popular; contra o sistema financeiro; por exercício irregular de cargo, de profissão, de atividade ou de função; e por associação criminosa.
A ação foi batizada de “Operação Loki” em referência ao deus da ilusão na mitologia nórdica. A referência faz alusão ao estado em que eram mantidos os clientes da empresa investigada.