Caso Clisia: Tudo sobre o feminicídio que chocou o Amazonas e o Brasil - No Amazonas é Assim
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Manaus, AM, segunda, 30 de dezembro de 2024

Polícia

Caso Clisia: Tudo sobre o feminicídio que chocou o Amazonas e o Brasil

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A amazonense Clisia Lima, de 35 anos, foi encontrada morta na última quarta-feira (30/10) em uma represa do Rio Jaguari, na cidade de Piracaia, interior de São Paulo. Clisia estava com os pés a as mãos amarradas, vestida com uma camiseta rasgada, calça abaixada na altura do joelho e hematomas na barriga.

Natural de Manacapuru, cidade do interior do Amazonas, distante 93 km de Manaus, Clisia estava morando em Bragança Paulista havia dois meses, onde vivia com o marido, Edson Fernando Cardoso, também de Manacapuru. o nas redes sociais.

Primeiras descobertas sobre o crime

Imagem: Reprodução/ Instagram

Clisia foi encontrada dentro do rio, próxima a uma ponte de 20 metros de altura, com as mãos e pés amarrados e sinais de lesão na cabeça, a polícia teria sido acionada às 7h30. Segundo o delegado Sandro Montanari, da Seccional de Bragança Paulista, onde o caso é investigado, a vítima sofreu politraumatismo craniano, com fraturas na cabeça e na coluna, possivelmente causadas por um golpe de grande impacto. A ausência de sinais de luta no corpo levantou a suspeita de que o ataque teria ocorrido de forma inesperada.

Segundo o delegado, que coordenou os procedimentos no momento da ocorrência, Luiz Carlos Ziliotti, Clisia teria sido arremessada da ponte ainda com vida ainda na quarta-feira (30/10). ” No caso ela ainda estava com vida quando foi arremessada da ponte. Tudo indica que foi naquela manhã, o corpo ainda estava mole, ainda não estava com rigidez cadavérica. E porque as amarras das pernas estavam soltas já, da mão não. E quando ela caiu, embora ela tenha fraturado o pescoço e quebrado costelas, ela ainda estava respirando”, afirmou o delegado Ziliotti.

A Polícia Militar de São Paulo encontrou o corpo e, após identificar características que batiam com a descrição dada pela família, confirmou que se tratava de Clisia. Ao conversar com familiares, a polícia soube de um histórico de agressões de Edson contra a vítima, motivadas por ciúmes.

Prisão do companheiro de Clisia e suspeito do crime

A prisão de Edson Fernando Sales Cardoso, 36, ocorreu em Extrema, no interior de Minas Gerais -Imagem: Divulgação

Edson Fernando Cardoso, de 36 anos, foi preso na última quinta-feira (31/10) na cidade de Extrema, em Minas Gerais. Ele era o marido e apontado como principal suspeito pela morte de Clísia. Edson, é engenheiro e também é natural de Manacapuru (AM), ele teve a prisão preventiva decretada e segue à disposição da Justiça.

De acordo com o delegado Luiz Carlos Ziliotti, Clisia havia feito um boletim de ocorrência, contra o companheiro, no mês de agosto deste ano, no município de Extrema, Minas Gerais. E uma das frases que Clisia atribuiu ao marido era “Se não é minha, não vai ser mais de ninguém“, afirmou o delegado.

Sinais de Violência e Histórico de Ameaças

Imagem: Reprodução/ Instagram

Mensagens divulgadas por familiares e pela delegada Joyce Coelho, da Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais do Amazonas, mostram que Clisia relatava agressões e ameaças constantes de Edson.

Em uma das conversas, ela afirmou que não estava acostumada a viver em São Paulo e revelou que o namorado tinha “arrependimentos” sobre a mudança. Em outras mensagens, ela descreveu episódios de humilhação e agressões físicas, além de mencionar que queria voltar ao Amazonas, mas que Edson pediu que aguardasse um pagamento, previsto para o dia 5 daquele mês, para que ela pudesse retornar.

Com a prisão de Edson, a polícia continua ouvindo familiares e amigos em busca de mais detalhes. A prisão temporária de 30 dias permite que as autoridades concluam as investigações e tentem esclarecer os motivos que levaram ao crime.

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Repercussão e Translado do Corpo de Clisia

Com a confirmação da morte, a família de Clisia, inicialmente, iniciou uma campanha nas redes sociais para arrecadar fundos destinados ao translado do corpo para o Amazonas. Diante da repercussão do caso, o Governo do Amazonas se comprometeu a arcar com o transporte. O corpo chegará ao Aeroporto Internacional de Manaus na madrugada deste domingo (3), onde deverá ser recebido por familiares e amigos.

O velório acontecerá na Funerária Almir Neves, no Centro de Manaus, e o sepultamento será realizado no município de Rio Preto da Eva, onde residem os pais de Clisia.


A família divulgou uma nota de agradecimento, encerrando a campanha de arrecadação e expressando gratidão pelo apoio recebido.

Imagem: Instagram

Seguem as Investigações

Agora, as investigações se concentram em entender a dinâmica e motivação do crime, enquanto a prisão temporária de Edson segue válida. A casos de feminicídio e o alerta vem aumentado todos os dias no Amazonas. É de suma importância que as mulheres não ignorem sinais de violência em seus relacionamentos.

Alerta às Mulheres

Em meio às investigações, a delegada Joyce Coelho utilizou as redes sociais para alertar sobre os sinais de violência doméstica, destacando que Clísia é mais uma vítima de feminicídio. A delegada Débora Mafra, da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher, também ressaltou que casos de violência precisam ser reportados antes que se agravem, incentivando outras mulheres a denunciarem agressões e se afastarem de relacionamentos abusivos.

Imagem: Instagram

Saiba das mensagens enviadas por Clisia antes de ser assassinada:

Caso Clisia: Veja as mensagens enviadas por Clisia antes dela ser m0r.ta

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