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Manaus, AM, terça, 03 de dezembro de 2024

Polícia

Caso Julieta Hernández: 2ª audiência de instrução será realizada nesta terça (3/12) em Presidente Figueiredo

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Nesta terça-feira (3/12), será realizada a segunda audiência de instrução do Caso Julieta Hernández, artista venezuelana que foi morta no município de Presidente Figueiredo, em janeiro 2024.

A audiência acontecerá na terça (3/12), no Fórum de Justiça Desembargadora Nayde Vasconcelos, centro de Presidente Figueiredo, distante 107 Km de Manaus.

Em agosto deste ano foi realizada a primeira audiência do caso, mas foi suspensa após a requisição de um documento citado durante a sessão.

O crime

Julieta Hernández desapareceu no dia 23 de dezembro de 2023, durante dela passagem pela cidade e Presidente Figueiredo, região metropolitana de Manaus.

O corpo de Julieta, conhecida como “Palhaça Jujuba”, foi encontrado no dia 6 de janeiro de 2024, em um local de mata, junto com partes da bicicleta que ela usava como transporte nas viagens. De acordo com as investigações, Julieta foi estuprada, assassinada e teve seu corpo queimado por um casal, que confessou o crime.

Em janeiro, o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) denunciou o casal de acusados Thiago Angles da Silva e Deliomara dos Anjos Santos pelos crimes de estupro, latrocínio (roubo seguido de morte) e ocultação cadáver.

O processo

Nesta terça-feira, as oitivas devem continuar de forma presencial no Fórum, conforme solicitado pelo advogado da família de Julieta, Carlos Nicodemos.

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“Seis testemunhas devem ser ouvidas nessa audiência, além de, possivelmente, os dois acusados. Também solicitamos que tudo aconteça de forma presencial”, disse.

O advogado afirmou, ainda, que há a expectativa de que a partir dos depoimentos a Justiça compreenda e atenda o pedido da família para que o crime seja reclassificado.

“Como advogado da assistência de acusação, espero que a partir da oitiva das testemunhas arroladas pelo Ministério Público se estabeleça por parte do Juízo o entendimento de que houve um feminicídio com contornos de xenofobia, por tratar-se de uma cidadã venezuelana”, destacou.

A segunda audiência ocorre em meio à luta da família de Julieta para que o crime seja reclassificado pelo Ministério Público do Amazonas (MP/AM), de latrocínio para feminicídio. O pedido foi negado pelo promotor responsável.

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Julieta Hernandez -Imagem: Reprodução

Relembre o caso

Julieta desapareceu no dia 23 de dezembro de 2023, e o Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado no dia 4 de janeiro na Delegacia Virtual do Amazonas (Devir), e encaminhado à 37ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Presidente Figueiredo, quando as investigações iniciaram.

De acordo com o registro e ocorrência, o último contato da vítima com a família teria sido no dia 23 de dezembro, por volta de meia-noite e meia, quando ela teria dito que iria pernoitar em Presidente Figueiredo, e seguiria para Rorainópolis, em Roraima.

De acordo com o delegado Valdinei Silva, no dia 6/1/2024 um morador localizou partes da bicicleta da vítima e acionou a polícia. Quando a equipe chegou ao local, Thiago tentou fugir, mas foi capturado.

Imagem: Divulgação

Ele e a esposa foram conduzidos à delegacia e entraram em contradição nos depoimentos, e assim confirmaram a autoria do crime. Conforme a polícia, Deliomara confessou que matou a venezuelana, após uma crise de ciúmes. Isso, porque ela prenunciou o companheiro estuprando a vítima depois deles roubarem os pertences dela.

Thiago contou uma versão diferente à polícia. De acordo com o suspeito, a venezuelana e ele usavam drogas, quando a companheira ficou com ciúme, jogou álcool nos dois e ateou fogo.

Ele disse ainda que apagou o fogo do corpo e chegou a procurar um hospital em busca de socorro. No entanto, enquanto isso, a esposa amarrou uma corda no corpo de Julieta, que estava desacordada, arrastou a vítima para uma área de mata e a enterrou.

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Depois das contradições apresentadas pelos suspeitos, a polícia chegou em uma conclusão de como a artista foi atacada.

“A vítima estava dormindo em uma rede na varanda do local, quando Thiago pegou uma faca e foi até ela para roubar seu aparelho celular. Eles entraram em luta corporal, ele a enforcou, a jogou no chão e pediu que Deliomara amarrasse os pés dela. Em seguida, ele a arrastou para dentro da casa, pediu que a esposa apagasse as luzes e passou a abusar sexualmente da vítima”, detalhou o delegado.

Após a mulher do suspeito presenciar o fato, jogou álcool em ambos e ateou fogo. Thiago conseguiu apagar o fogo com um pano molhado e foi até uma unidade hospitalar receber atendimentos médicos. Já Deliomara enforcou Julieta com uma corda e a enterrou no quintal.

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