Uma descoberta assustadora chocou os habitantes de São Francisco, nos Estados Unidos, em especial os moradores de uma casa que havia sido construída em 1936. Durante uma reforma na residência, sem querer, operários que trabalhavam no local se depararam com algo inesperado, um caixão com o corpo de uma criança em perfeito estado de conservação. O fato aconteceu em 2016, mas até hoje intriga muita gente.
Corpo de menina morta há 145 anos é encontrado intacto durante reforma de casa – Imagem: Divulgação
Através do vidro do pequeno caixão feito de metal, chumbo e bronze era possível observar uma menina loira usando um vestido branco feito à mão e todo decorado com laços delicados. O cabelo da menina era adornado com uma rosa e folhas de eucaliptos nas laterais. Além de exalar forte cheiro de lavanda. Os indícios comprovam que ela parece ter sido enterrada com grande amor e carinho.
Os operários informaram a proprietária da casa, Ericka Karner, que na ocasião estava com o marido e os filhos fora da Califórnia. Porém, quando os moradores chegaram ao local, ficaram espantados com a descoberta. “Em primeiro lugar, fiquei chocada, obviamente, ao saber que havia um caixão de uma menina debaixo da casa”, disse Ericka ao jornal americano Los Angeles Times.
Corpo de menina morta há 145 anos é encontrado intacto durante reforma de casa – Imagem: Divulgação
“Mas, passado o susto, não fiquei muito surpresa, porque conhecia a história da região“. A área a que Karner se refere é o distrito de Richmond, em San Francisco, onde havia vários cemitérios no final do século 19. Com a expansão da cidade, as autoridades aprovaram uma série de portarias que priorizaram a construção de residências. Como resultado, os mortos tiveram de ser mudados de lugar.
O antigo cemitério Odd Fellows ficava abaixo do que mais tarde seria a casa de Ericka. O local foi fechado no final do século 19 e todos os corpos enterrados ali foram transferidos para valas comuns na cidade vizinha de Colma. Acredita-se, contudo, que a menina teria sido deixada para trás por alguma razão.
Ao procurar as autoridades locais, Ericka foi informada que a responsabilidade seria dela mesma, já que o caixão havia sido encontrado dentro do seu terreno. “Como o problema é meu se eles mudaram o cemitério de lugar e esqueceram um corpo? A responsabilidade é deles”, comentou a proprietária da casa na época.
Ericka então entrou em contato com a ONG Garden of Innocence, instituição conhecida por enterrar crianças indigentes e abandonadas, e após análises, descobriu-se inicialmente que a menina tinha cerca de três anos quando morreu, e que havia falecido há aproximadamente 145 anos. Apelidada de Miranda Eve, especialistas apontaram que a criança parece ter sido enterrada com cuidados especiais, no final do século 19. O caixão estava hermeticamente vedado, o que explica porque o corpo estava bem conservado.
Miranda Eve foi, na verdade, Edith Howard Cook, nascida em 28 de novembro de 1873 e morreu em 13 de outubro de 1876. Por meio das pesquisas foi possível identificar que a causa da morte da criança foi marasmo, uma forma crônica de desnutrição.
Os pesquisadores ainda foram além através de análises comparativas de DNA descobriram um parente vivo da criança morta, trata-se de Peter Cook, sobrinho-neto de Edith, que reside na região da Califórnia, Estados Unidos.
Após as revelações, a ONG espera que a menina finalmente possa descansar em paz, em sua lápide uma frase marcante foi colocada para que ninguém se esqueça de sua história: “Se não houve luto, ninguém se lembrará“.
No caso de Miranda tudo indica que as condições do terreno onde ela foi sepultada, atreladas a um caixão de bronze perfeitamente selado, ajudaram a conservar seu corpo. Isso porque, ao inadvertidamente abrirem o caixão, o pequeno corpo de Miranda começou a se deteriorar.