Nesta quarta-feira (14) o ex-presidente e herdeiro do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, confirmou aos investigadores da Operação Lava Jato que o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) recebeu o pagamento de R$ 10 milhões a pedido do presidente da República Michel Temer, membro do partido. As informações foram divulgadas no jornal Folha de S.Paulo.
Segundo a matéria, Marcelo Odebrecht, que fechou acordo de delação premiada, depôs por pouco mais de três horas na última segunda-feira (12) em Curitiba.
A principio Cláudio Melo Filho ex-executivo da empreiteira havia divulgado a informação sobre o pagamento ao PMDB. Hoje, com a confirmação do herdeiro do grupo, as suspeitas sobre Temer aumentam.
Segundo Marcelo, em maio de 2014, durante um jantar no Palácio do Jaburu –residência oficial do vice-presidente da República –, Temer, então vice de Dilma, e Eliseu Padilha, hoje ministro da Casa Civil, acertaram o pagamento de R$ 10 milhões de Odebrecht para a campanha peemedebista.
Marcelo não deu detalhes sobre a operacionalização do dinheiro que, de acordo com Melo Filho, foi feita por Padilha. Segundo o ex-executivo, o hoje ministro do governo pediu que parte dos recursos fosse entregue no escritório de José Yunes, assessor e amigo de Temer, em São Paulo. Marcelo era o responsável por tratar dos assuntos da empreiteira com a alta cúpula do Executivo, a Presidência da República.
Marcelo Odebrecht está preso em Curitiba, desde 19 de junho de 2015. Sua pena será de dez anos, sendo mais um em regime fechado.
Acerto de pagamento foi feito durante um jantar com Temer e Padilha no Palácio do Jaburu, em 2014, conta o ex-presidente e herdeiro da empreiteira
Fonte: Folha de São Paulo