Publicado
2 meses atrásno
Por
Jussara Melo
A Prefeitura de Manaus informa que, de acordo com a medição do Serviço Geológico do Brasil (SGB), o rio Negro atingiu, na capital amazonense, nesta sexta-feira, 4/10, a marca de 12,66 metros, quebrando o recorde de 12,70 metros registrado em 2023, o que configura a estiagem deste ano como a maior desde que iniciou-se a medição do nível do rio Negro, há 122 anos.
Desde o dia 11 de setembro, Manaus está em situação de emergência em razão da estiagem. De acordo com o Decreto nº 5.983, a Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social (Semseg), por meio da Secretaria Executiva de Proteção e Defesa Civil (Sepdec), fica autorizada a adotar as medidas necessárias ao mapeamento dos riscos e minoração dos efeitos decorrentes da estiagem.
De acordo com a Sepdec, na zona urbana de Manaus, dez bairros estão afetados pela estiagem severa. Entre as comunidades ribeirinhas e rurais, 83 estão sendo afetadas pela estiagem e 46 estão isoladas. Ainda conforme a Sepdec, 7.443 famílias estão afetadas pela seca dos rios, totalizando 25.189 pessoas impactadas.
Para atender a essas pessoas, a Prefeitura de Manaus está realizando a operação “Estiagem”. Na última sexta-feira, 27/9, foi concluída a primeira fase da operação, alcançando mais de 3.000 famílias, o que corresponde a mais de 10 mil pessoas, de 55 comunidades desde o rio Apuaú até o rio Tarumã-Mirim, afluentes do rio Negro.
Nessa primeira etapa, a operação entregou cestas básicas que somam 6.190 itens, mais de 61,9 mil litros de água potável e 6.190 kits de higiene. Algumas comunidades também receberam kits de água, com bombas, mangueiras de 100 metros, para auxiliar os produtores rurais com irrigação e, ainda, filtros de água com capacidade de garantir a produção de água potável, uma ação inédita da prefeitura realizada nesta operação.
A segunda fase da operação Estiagem iniciou, na última terça-feira, 1º/10, com a ajuda humanitária para famílias do Puraquequara. Foram entregues 800 cestas básicas e 400 pacotes com garrafas de 2 litros. Os mantimentos foram distribuídos para as comunidades São Luiz Gonzaga do Puraquequara /Igarapé da Floresta, Ipiranga, São Sebastião 2, São Francisco do Mainã, Menino Jesus, João Paulo e Santa Luzia.
A operação Estiagem tem a integração de oito secretarias municipais. São elas: de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal (Semacc), da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), de Infraestrutura (Seminf), da Saúde (Semsa), da Segurança Pública e Defesa Social (Semseg)/Defesa Civil, de Educação (Semed), de Limpeza Urbana (Semulsp) e da Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados do Município de Manaus (Ageman).
Para não prejudicar o ano letivo nas escolas municipais ribeirinhas, a Semed antecipou o envio de mantimentos, como alimentação e água mineral, para o abastecimento das unidades de ensino. Para os mais de 900 alunos das 19 escolas localizadas na margem do rio Amazonas, a Semed enviou, ainda no mês de agosto, uma balsa com quase 6 toneladas de proteína animal (frango e carne); 2 toneladas de polpas de fruta (manga e goiaba); 10 toneladas de estivas, entre arroz, feijão, macarrão, 400 garrafões de água de 20 litros, como também materiais permanentes para as escolas como televisores, fogão, armários e outros itens.
Outra medida adotada pela Prefeitura de Manaus foi a interdição da praia da Ponta Negra, zona Oeste, para o banho, por 90 dias, desde o dia 17 de setembro. A decisão tomada, em razão de segurança e de prevenção contra afogamentos, ocorre devido à proximidade entre o fim do aterro perene e o leito natural do rio, que pode apresentar alterações no terreno, como buracos, desníveis e depressões. O laudo e levantamento solicitados pela Prefeitura de Manaus ao Serviço Geológico do Brasil (SGB) auxiliaram no embasamento técnico.
Placas de orientação da interdição foram instaladas pelo Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) para ampla informação aos frequentadores do espaço.
Uma ponte de 80 metros de extensão foi construída pela Seminf na marina do Davi, no bairro Ponta Negra, para promover a acessibilidade segura de passageiros e minimizar os transtornos à população ao novo ponto de ancoragem dos barcos e lanchas durante o período de estiagem severa.
Aproximadamente 2.000 pessoas usam as voadeiras (lancha regional rápida) para acessar os flutuantes do rio Tarumã e as comunidades ribeirinhas a cada final de semana. A obra foi finalizada na última sexta-feira, 27/9.
Em razão da estiagem, a limpeza dos rios e igarapés foi intensificada pela Semulsp, com o auxílio das ecobarreiras. A prefeitura retira da orla da cidade, em média, 220 toneladas de lixo por mês.
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