O ex-prefeito de Anamã, Raimundo Pinheiro da Silva, vulgo Chicó, lavava dinheiro oriundo do tráfico de drogas no próprio frigorífico, concluiu a Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Chicó foi um dos alvos da Operação Rota do Rio, deflagrada na manhã desta terça-feira (21/5), no Amazonas e mais outros três estados.
Segundo a polícia, a empresa Frigopesca Indústria de Pescado, localizada no município de Manacapuru, interior do Amazonas, era utilizada pelo ex-prefeito para o recebimento de pagamentos feitos pela facção Comando Vermelho (CV).
Os criminosos faziam o repasse do dinheiro obtido com o tráfico de drogas à empresa de forma pulverizada, com o objetivo de dificultar as investigações.
Um mandado de busca e apreensão foi cumprido na residência de Raimundo Chicó. No local, os policiais apreenderam dinheiro em espécie e veículos. Na ocasião, o ex-prefeito não se encontrava no endereço. Em Manaus, a polícia cumpre mandados de busca e apreensão nos bairros da Compensa e do Morro da Liberdade.
De acordo com a Polícia Civil, ele teria viajado para Brasília na madrugada desta terça-feira. A polícia trabalha com a hipótese de que Chicó tenha recebido informações privilegiadas sobre a operação.
Operação Rota do Rio
A Operação Rota do Rio teve como objetivo atuar contra a expansão de traficantes do Comando Vermelho (CV) para outros estados. Ao todo, foram cumpridos 113 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Amazonas e Pará.
Segundo as investigações da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), houve um racha na facção Família do Norte, e um dos lados migrou para o CV e fundou o Comando Vermelho do Amazonas (CVAM), reconfigurando as rotas das drogas pelo país.
Essa aliança passou a controlar, por exemplo, a fronteira do Brasil com o Peru e com a Colômbia.
Segundo a polícia, a empresa Frigopesca Indústria de Pescado, era utilizada pelo ex-prefeito para o recebimento de pagamentos feitos pela facção Comando Vermelho (CV). – Imagem: Divulgação