Na manhã da última quarta-feira (16), o corpo de uma mulher de 21 anos, identificada como Miryan Moraes da Cruz, foi encontrado dentro do igarapé na avenida José Romão, bairro Tancredo Neves, na Zona Leste de Manaus. Conforme indica o laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML), a jovem estava grávida de três meses.
A família da vítima aponta o ex-namorado da garçonete, identificado como Roberto Brito, como o principal suspeito de cometer o crime. A motivação seria o fato dele não aceitar a gestação de Miryan e queria obrigá-la a abortar o próprio filho.
“O Roberto estava separado e se aproximou da Miryan. Eles passaram a ficar juntos, mas nunca assumiram um compromisso. Foi quando ela engravidou e ele pediu que ela abortasse, mas a minha irmã nunca teve esse desejo. Ela queria ter a criança, era o sonho dela. Depois de descobrir a gravidez, eles se distanciaram e o Roberto voltou para a antiga companheira. Mesmo separados, os dois mantinham contato e o Roberto insistia no aborto”, contou o açougueiro Eliony Moraes, de 24 anos.
A garçonete estava grávida de Roberto Brito | Foto: Reprodução/Suyanne Lima / Portal Em Tempo
A família esteve na casa onde Roberto mora, mas ele não foi encontrado. As redes sociais dele foram desativadas logo após o corpo de Miryan ser encontrado pela polícia. O sumiço e a atitude de apagar as redes sociais só levantaram as suspeitas dos familiares e amigos da garçonete.
A família tem informações de que a jovem saiu de casa durante a madrugada de hoje e contou para um amigo que iria se encontrar com o ex-namorado.
“Antes de sair de casa, ela mandou mensagem para o amigo dela dizendo que iria se encontrar com o Roberto. Depois disso, ela não deu mais nenhum sinal. Quando apareceu na mídia a notícia da mulher encontrada morta, nós nem imaginamos que seria ela. Só que ninguém tinha informações do paradeiro dela e, ao irmos ao IML, tivemos a confirmação”, disse o irmão de Miryan.
Ainda conforme o irmão, após se separar de Roberto, a jovem passou a receber constantes ameaças.
“Eu descobri que ele tentou até estuprá-la. O objetivo dele era fazer com que ela abortasse”, disse o parente.
A reportagem tentou contato com Roberto, mas ninguém atende o telefone. As redes sociais dele foram excluídas. A Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (Dehs) chegou a ir à casa dele, no entanto, o homem não foi encontrado na residência. Ninguém quis comentar as denúncias.
O encontro do corpo
Segundo o delegado Guilherme Antoniazzi, plantonista da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), que acompanhou a remoção do corpo de Miryan, a jovem foi morta a facadas. No total foram nove golpes no pescoço, peito e tórax da vítima.
“A mulher foi arremessada da ponte que estava tomada por manchas de sangue. Vamos trabalhar para elucidar esse caso rapidamente”, disse Antoniazzi.
Liberação do corpo
A família ainda aguarda a liberação do corpo de Miryan do IML. Segundo os parentes, a equipe legista deve coletar material genético do feto para um futuro exame de DNA, que deve ser comparado ao do suspeito. O procedimento deve ajudar nas investigações do crime.
Miryan tinha 21 anos | Foto: Divulgação
*Com informações do Portal Em Tempo