Foto: Ilustrativa
Um homem indiano decidiu pedir o “divórcio instantâneo” da esposa, alegando que ela não toma banho todos os dias. Agora, o casal está sendo aconselhado por um centro de proteção à mulher, depois que a esposa oficializou uma queixa para proteger seu casamento. As informações são do BHAZ.
De acordo com um conselheiro do centro, a mulher entregou uma reclamação por escrito afirmando que o marido queria se divorciar porque ela não tomava banho todos os dias. “Nós estamos aconselhando o casal e os pais deles para salvar o casamento”, disse o responsável.
O homem teria pedido o “triplo talaq”, que permitia que o homem muçulmano se divorciasse instantaneamente da esposa. A prática, no entanto, foi proibida na Índia em 2019, depois que a Suprema Corte do país a declarou institucional (entenda abaixo).
Sem banho
O homem identificado como Arman, que vem da cidade de Chandaus, e a mulher, que vem da vila Kwarsi, são casados há dois anos e têm um filho de um ano. O conselheiro confirmou que a esposa deseja seguir com o casamento.
“Durante o aconselhamento, o homem nos disse repetida e firmemente que quer terminar o relacionamento. Ele apresentou uma aplicação ao centro, pedindo nossa ajuda para conseguir o divórcio porque ela não toma banho todo dia”, completou.
No documento, o homem escreveu que discute com a mulher todos os dias ao pedir que ela tome banho. “Estamos tentando aconselhá-lo a não acabar com o casamento, já que este é um problema simples que pode ser resolvido”, explicou o conselheiro do centro de proteção à mulher.
O órgão deu um tempo para que os dois reflitam sobre o casamento. A queixa oficializada pela mulher não pode seguir sendo investigada, já que o motivo citado para o divórcio não caracteriza violência ou crime contra a mulher.
Divórcio instantâneo
O tipo de divórcio pedido pelo homem foi o “triplo talaq”. Por meio dessa prática, comum entre os muçulmanos da Índia, ao dizer “talaq” (“divórcio” em árabe) três vezes o homem podia se separar instantaneamente da esposa.
De acordo com o Nexo, o “triplo talaq” está previsto em uma corrente do direito islâmico conhecida como Hanafi. Em 2017, a Suprema Corte indiana considerou a prática inconstitucional, mas a proibição só foi oficializada por lei em 2019.
A Lei para a Proteção dos Direitos Matrimoniais das Mulheres Muçulmanas, que impõe penas de até três anos de prisão, recebeu a aprovação do equivalente ao Senado indiano por 99 votos a favor e 84 contra entre os 241 membros do órgão.
Mesmo com a proibição, a prática do “triplo talaq” continua acontecendo em comunidades muçulmanas da Índia.
Fonte: BHAZ