Nesta terça-feira (13), o governador José Melo (Pros) fez uma declaração um tanto ameaçadora aos praças, soldados, sargentos, tenentes e servidores administrativos descontentes com salários e que pleitearem reajustes neste momento de crise financeira devem “dar graças a Deus” pelo o que estão recebendo.
José Melo ( Valdo Leão)
Melo ainda disse que, diferentemente de outros governadores, preferiu sacrificar os investimentos para manter o salário dos servidores, porém se os funcionários começarem a falar em aumento darão o direito dele pensar em fazer cortes salariais.
“Eu poderia ter feito como outros Estados fizeram: cortar 30% do salário dos servidores e, com isso, fizeram os investimentos. Mas, eu tomei a decisão de não tirar dinheiro dos servidores, preferi sacrificar um ano de investimentos. Eu fiz esse sacrifício”, disse o governador, em coletiva de imprensa sobre a decretação de estado de emergência em 12 municípios por conta das queimadas sobre, na sede do governo, localizada na avenida Brasil, Compensa, Zona Oeste de Manaus, na manhã de hoje.
Segundo Melo, os servidores precisam ter em mente que a crise financeira mais aguda dos últimos anos. “Eu, governador José Melo, sacrifiquei um ano de investimento do meu governo para manter o salário dos servidores. Dinheiro que eu poderia fazer escolas e hospitais”, reforçou.
Na quarta-feira (15), o governador terá um encontro com praças e soldados da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros e com escrivães e investigadores da Polícia Civil.
“Servidor que vier falar em aumento hoje pode até me induzir a eu achar que errei. Que, agora, eu deveria cortar 30% do salário dos servidores para poder fazer os meus investimentos. Não é hora de falar disso”, ameaçou José Melo.
“Quem fala nisso é porque o ‘Tico e Teco’ não estão funcionando, parece que está fora, está na Suíça. Quem está no Brasil, no Amazonas, tem que dar graças a Deus por estar recebendo o que está recebendo”, filosofou o Governador Melo Zoeiro.
“Afinal de contas, 22 mil trabalhadores do Distrito Industrial perderam os empregos. Até a poderosa Federação das Indústrias reduziu o número de trabalhadores. Quem deveria estar triste são os mil servidores do meu Estado que eu tive que tirar da folha dos cargos comissionados, porque nós ultrapassamos o limite prudencial. Agora, vir praças, soldados, sargento, tenente, servidores administrativos pensarem em aumento me dá o direito também pensar em corte”, comparou o governador analista.
No fim da entrevista, José Melo ressaltou que não pensa em cortes e que as declarações fortes foram apenas para alertar, ameaçar e passar o recado os servidores sobre a gravidade da crise.
Ouça na integra o áudio das declarações do Governador José Melo Lispector disponibilizado pelo portal Acrítica:
Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.