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6 anos atrásno
O Carnaval está chegando e, com ele, as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) ganham mais destaque, em razão das campanhas oficiais de prevenção. No entanto, o problema é sério e precisa receber atenção durante o ano todo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima a ocorrência de mais de um milhão de casos por dia, em todo mundo. No Brasil, números do Ministério da Saúde mostram que há aumento na incidência de casos, com destaque para o papilomavírus (HPV) e a sífilis, principalmente entre jovens.
Para o médico urologista, Dr. Alexandre Rodrigues, do Hospital e Maternidade Dr. Christóvão da Gama (HMCG), que integra o Grupo Leforte, o crescimento da ISTs principalmente entre os jovens é motivado pelos riscos das relações sexuais desprotegidas. “O uso de preservativos na maioria das vezes ainda é visto como método contraceptivo (cerca de 70%) e não como forma de prevenção das doenças”, alerta.
O uso do preservativo, de acordo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ainda é um dos métodos mais efetivos para prevenir as infecções sexualmente transmissíveis quando usado de maneira correta. No entanto, vacinas, medicamentos preventivos e tratamentos pós-exposição, também ganham destaque na luta contra as doenças.
“Mesmo o preservativo, tanto feminino quanto masculino, sendo a melhor prevenção contra as Infecções Sexualmente Transmissíveis, por diversas razões, ainda há resistência no uso. É fundamental intensificar a conscientização sobre a importância do uso nas relações sexuais, pois com isso podemos evitar doenças graves, como a Aids, causada pelo HIV e o câncer pelo papilomavírus, entre outras enfermidades”, frisa Dr. Alexandre Rodrigues.
Um estudo epidemiológico sobre a prevalência nacional de infecção pelo HPV, denominado POP-Brasil, apresentado no ano passado, mostrou que o vírus e seus diferentes tipos eram predominantes de um total de 8.626 amostras válidas, entre uma população de homens e mulheres de 16 a 25 anos de idade.
No caso da sífilis, o último Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância Sanitária, do Ministério da Saúde, de 2017, aponta aumento constante no número de casos, tanto de sífilis em gestantes, quanto congênita (transmitida da mãe para o bebê durante a gravidez) e adquirida. Em 2016, foram notificados 87.593 casos de sífilis adquirida, 37.436 casos de sífilis em gestantes e 20.474 casos de sífilis congênita, com 185 óbitos.
A maior parte das notificações de sífilis adquirida ocorreu em indivíduos entre 20 e 29 anos (34,1%), seguidos da faixa entre 30 e 39 anos de idade (22,1%). As notificações de indivíduos nas faixas de 13 a 19 anos e 20 a 29 anos apresentam uma tendência de aumento desde 2010. Para se ter ideia, no período de 2010 e 2016, o incremento no percentual da faixa etária de 13 a 19 anos foi de 39,9% e, na faixa etária de 20 a 29 anos, de 13,8%.
Doenças atingem terceira idade
Além dos jovens, o urologista do HMCG chama a atenção para o aumento de casos de ISTs na terceira idade. Segundo ele, os últimos dados do Boletim Epidemiológico HIV/Aids (2018) mostram que entre as mulheres, nos últimos dez anos, a taxa de detecção da doença apresentou queda em quase todas as faixas etárias, exceto na de 60 anos e mais, com um aumento de 21,2%.
O especialista comenta que, na pós-menopausa, grande parte das mulheres deixa de usar o preservativo, pois não há mais o perigo de engravidar, aumentando o risco de serem contaminadas. Também contribui para o crescimento do número de casos nessa faixa etária o fato de serem de uma geração anterior a Aids. Com isso, muitas não exigem de seus parceiros o uso do preservativo.
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