Publicado
2 anos atrásno
Por
Jussara Melo
O urutau é uma ave da ordem Nyctibiiformes da família Nyctibiidae. Conhecido também como mãe-da-lua, urutau-comum, urutágua, urutágo, Kúa-kúa e Uruvati. Em tupi, Urutau significa “ave fantasma”. O pássaro tem a habilidade de se camuflar, ficar imóvel nos troncos das árvores, de olhos fechados, para não chamar a atenção dos predadores.
Aqui na região amazônica, muitos acreditam que as penas da cauda do urutau protegeriam a castidade. Por isso, há o costume da mãe varrer debaixo das redes das meninas com uma vassoura confeccionada com estas penas, como forma de proteção.
A lenda contada pelo povo Guarani fala sobre uma bela moça chamada Nheambiú filha do Tuxaua da nação Guarani, se apaixonou perdidamente por um bravo guerreiro Tupi chamado Cuimbaé, que era então prisioneiro dos Guaranis.
Nheambiú pediu aos seus pais que consentissem no seu casamento com Cuimbaé. Mas os pais da moça já havia negado os pedidos anteriores, com a alegação de que Cuimbaé era um Tupi, ou seja, um inimigo mortal dos Guaranis.
Não suportando mais o sofrimento, Nheambiú fugiu da taba, causando um enorme alvoroço. O velho cacique mobilizou então todos os seus guerreiros para que procurassem, por todo o lado, a sua preciosa filha.
Após uma longa busca, a jovem foi encontrada no coração da floresta, paralisada e muda, como se fosse uma estátua de pedra. Ao vê-la, o pai sacudiu-a, mas ela não deu nenhum sinal de vida.
Então, o seu pai mandou chamar o feiticeiro da tribo, o pajé, que a examinou dizendo o seguinte ao cacique:
– Nheambiú perdeu a fala para sempre; só uma grande dor poderá fazer Nheambiú voltar ao que era.
Então começaram contar para a jovem índia todas as notícias mais tristes possíveis, tipo a morte do pai dela, dos amigos, mas nada adiantava pois a jovem continuava inabalável e intacta.
Então o pajé da tribo aproximou-se e disse: – Cuimbaé acaba de ser morto.
Nesse mesmo instante, o corpo da jovem moça estremeceu todo e ela, soltando repetidos lamentos. Todos os que ali se encontravam, cheios de dor, acabaram transformados em árvores secas, enquanto Nheambiú se transformou num Urutau que saiu voando. Noite após noite, pelos galhos das árvores, chorando a perda do grande amor.
A lenda teria dado inicio a algumas superstições populares ligadas ao Urutau. Os Guaranis acreditavam que partindo as asas e pernas do pássaro durante a noite, no dia seguinte ele amanhecia perfeito sem ferimento algum.
Segundo algumas crendices indígenas, esta ave noturna revestia-se de atribuições que são iguais ao cupido. As penas do Urutau seriam eficazes talismãs de amor. Assim sendo, aquele que carregasse uma pena de urutau poderia atrair a simpatia e o desejo da pessoa amada. Acreditava-se ainda, que as penas do pássaro e as suas cinzas eram remédios contra doenças.
Há também quem diga que, na Amazônia, há o costume de varrer o chão, sob o véu das noivas, com as penas da cauda do Urutau, a fim de se garantir para as futuras esposas todas as virtudes do mundo.
Outra das crenças mais curiosas no poder sobrenatural do Urutau é a que faz referências à sua posição face ao ciclo solar. Quando o sol nasce o pássaro volta a sua cabeça para ele e acompanha-o no seu percurso. Quando o astro caminha para o Poente, começa então a entoar o canto dolorido. O Urutau é considerado um pássaro encantado.
Confira o canto do Urutau, que mais parece um choro de um lamento de dor:
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