Segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2018, mais de 30 milhões de crianças nasceram antes do tempo ou doentes em todo mundo. Muitos dos bebês com maior risco de morte apresentam complicações da prematuridade, lesão cerebral durante o parto, infecção bacteriana grave ou condições congênitas que precisam de cuidados especializados.
O bebê prematuro é aquele que nasce antes das 37 semanas de gestação. Os chamados “prematuros extremos”, são os que nasceram antes das 28 semanas e apresentam um estado de saúde muito frágil.
Uma recente pesquisa do Children’s National Health System, nos Estados Unidos, apresentada este ano, revelou que o leite materno pode ser a melhor solução para o desenvolvimento cerebral dos pequenos que chegaram antes do tempo.
A amamentação é a forma de proteção mais econômica e eficaz para redução da mortalidade infantil. / Foto : Ítalo Novais
O levantamento mostrou que prematuros que consomem leite materno apresentam maior crescimento e desenvolvimento do cérebro. O estudo levou em conta imagens radiológicas de crianças com menos de 32 semanas gestacionais que estavam internadas em UTI’s neonatais.
Este é o quadro do terceiro filho da amazonense Ruth Silva. Após o descolamento total da placenta, a mãe foi submetida a um procedimento emergencial e o bebê internado na UTI, com graves crises convulsivas. Consciente da necessidade do aleitamento, a assistente administrativa não abriu mão de alimentar o filho com leite materno por meio de sonda.
“Houve perda de peso, porque ele passou mais ou menos uns 18 dias entubado. A melhora dele tem sido gradativa. Ele não está mais entubado. Está só com o cateter e, de três em três horas, recebe o meu leite. Aí, eu venho fazer a coleta para ele.”
Durante a internação na UTI neonatal, o leite pode ser oferecido em um copo pequeno para que a criança inicie a amamentação no peito da mãe após a alta. A coordenadora de um Banco de Leite Humano de Manaus, no Amazonas, Elizabeth Hardman, explica que o leite materno de cada mãe oferece qualidades únicas adaptadas para a necessidade do bebê prematuro.
“O leite da indústria tenta chegar próximo do leite materno, só que não tem comparação. O leite materno é imprescindível para cada situação; cada bebê. Para o bebê prematuro, o leite funciona da forma adequada, de acordo com a necessidade daquele bebê.”
Além dos reconhecidos benefícios físicos do aleitamento para o bebê, Elizabeth Hardman lembra que o contato pele a pele do prematuro com a mãe estimula a produção de leite. Por isso, ela recomenda o início das mamadas imediatamente após a internação, com a orientação de profissionais.
A amamentação é a forma de proteção mais econômica e eficaz para redução da mortalidade infantil. Por isso, incentive todas as mulheres que você conhece para amamentarem os seus filhos. Amamentação. Incentive a família, alimente a vida. Para mais informações, acesse saude.gov.br/amamentacao.
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