MC Pipokinha encerra carreira e coroa MC Ari Falcão como nova Rainha da Putaria

Um momento histórico para o funk proibidão brasileiro marcou o encerramento do Encontro de MCs no último domingo, 07 de abril de 2025. MC Pipokinha surpreendeu a plateia ao anunciar, em pleno palco, que estava encerrando sua trajetória como “Rainha da Putaria” — um título que a consagrou no cenário nacional — e passando oficialmente a coroa para a jovem MC Ari Falcão, da Zona Leste de São Paulo. “A partir de agora, eu sou a Imperatriz da Putaria. A Rainha agora é ela, Ari Falcão!”, declarou Pipokinha, emocionada.

O gesto simbólico marca uma nova fase para ambas as artistas e reforça a importância do empoderamento feminino dentro do funk proibidão, um subgênero que há anos serve de plataforma para vozes femininas expressarem liberdade sexual, resistência social e provocação cultural.

 

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Quem é MC Pipokinha

Nascida Doroth Helena de Sousa Alves em 17 de agosto de 1998, em Santa Catarina, MC Pipokinha se tornou um fenômeno nacional desde 2020. Criada em um lar de fé Mórmon, a cantora teve uma juventude marcada por contrastes — de leituras bíblicas em família a uma mudança radical de vida em São Paulo. Foi lá, entre casas de amigos e estúdios independentes, que sua persona artística nasceu: a “menina rica e piranha que não precisa de macho”.

Com hits como “Bota na Pipokinha” e “Quando eu morrer quero ser enterrada de 4”, ela não apenas dominou as plataformas de streaming, como também dividiu opiniões por suas apresentações intensas e polêmicas nas redes. Seus shows, muitas vezes com conteúdo explícito e performático, a colocaram tanto no centro das atenções quanto no centro das controvérsias.

Mas além da imagem controversa, Pipokinha sempre defendeu sua liberdade de expressão e autonomia. Em 2023, após uma série de polêmicas, iniciou sua transição para o papel de empresária e curadora artística, algo que se consolida com esse novo título de “Imperatriz da Putaria”.
 

 

A nova Rainha: MC Ari Falcão

natural da Zona Leste de São Paulo, é uma das grandes promessas da nova geração do funk e do hip hop. Hoje com 22 anos, Ari iniciou sua carreira musical em 2021 com a faixa “Junção Perigosa”, em parceria com A’dry. Ela também é reconhecida por sua forte atuação nas batalhas de rap, tendo participado de eventos importantes como a Batalha da Aldeia, Batalha da Matrix e Batalha dos Loko.

Com letras que abordam a vivência nas quebradas, empoderamento feminino e liberdade sexual, Ari vem conquistando espaço e respeito dentro do cenário musical. Em 2022, lançou o clipe “O que você não sabe”, uma obra que traduz com intensidade suas experiências e visões. Atualmente, integra o casting da gravadora NVI Produtora, responsável por revelar talentos no cenário nacional.

A nova Rainha da Putaria já declarou que pretende manter a essência do que o título representa — ousadia, independência e representatividade —, mas trazendo sua própria identidade. “Eu sou cria da luta, da rua, do corre. Essa coroa representa mais que música: é resistência feminina, é voz de mulher preta periférica tomando o espaço que é nosso por direito”, afirmou Ari durante o evento.
 

 

A força feminina no funk proibidão

Tanto MC Pipokinha quanto MC Ari Falcão simbolizam, à sua maneira, o avanço das mulheres no funk — especialmente dentro do funk proibidão, um gênero tradicionalmente dominado por homens. Com rimas explícitas e um discurso frontal sobre sexualidade e liberdade, ambas constroem trajetórias que rompem tabus e incomodam os conservadores.

Enquanto Pipokinha abriu caminho com escândalos e hits virais, Ari chega com lirismo afiado e a potência das ruas, prometendo manter viva a chama do funk ousadia com um novo tempero. O “trono da putaria” está agora em mãos que sabem bem o peso da coroa — e não pretendem deixá-la cair tão cedo.