Internacional
Meloni reage a escândalo de fotos íntimas manipuladas em site pornô e exige punição

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou estar “enojada” após a descoberta de fotos manipuladas suas e de outras mulheres publicadas em um site pornográfico italiano. O escândalo levou ao fechamento da plataforma Phica, que contava com mais de 700 mil inscritos e se tornou alvo de investigações policiais.
As imagens incluíam não apenas Meloni, mas também sua irmã, Arianna Meloni, e a líder da oposição, Elly Schlein. Fotos retiradas de redes sociais pessoais ou de eventos públicos foram adulteradas para sexualizar as vítimas, muitas vezes acompanhadas de legendas vulgares e sexistas.
“Estou enojada com o que aconteceu”, declarou Meloni ao jornal Corriere della Sera nesta sexta-feira (29). “Quero expressar minha solidariedade a todas as mulheres que foram ofendidas, insultadas e violadas.”
Plataforma fechada após denúncias
A plataforma, Phica — nome inspirado em um termo vulgar para vagina — foi criado em 2005 e operava livremente apesar de inúmeras denúncias feitas ao longo dos anos. Só foi fechada na quinta-feira (28), depois de a existência das imagens manipuladas vir a público.
Em comunicado, os administradores culparam os próprios usuários por “uso indevido da plataforma”, mas já enfrentam pressão judicial. A polícia iniciou investigações após receber queixas formais de parlamentares do Partido Democrático (PD).
O site mantinha até uma seção chamada “VIP”, onde circulavam montagens de figuras públicas de destaque, como Meloni e Schlein.
Escândalos em série
Na semana passada, outra polêmica veio à tona: o grupo de Facebook chamado “Mia Moglie” (Minha Esposa), no qual homens compartilhavam fotos íntimas de suas companheiras e faziam comentários violentos e degradantes. O grupo foi encerrado pela Meta após denúncias.
Meloni criticou o que chamou de “normalização da violência online” contra mulheres:
“É desalentador constatar que, em 2025, ainda existam pessoas que consideram legítimo pisotear a dignidade de uma mulher e atacá-la com insultos sexistas, escondendo-se atrás do anonimato ou de um teclado.”
Impacto social e cultural
Um estudo da Universidade de Milão, realizado em 2019, já havia revelado que 20% das italianas sofreram algum tipo de compartilhamento não consensual de imagens íntimas.
Para a primeira-ministra, os culpados precisam ser punidos “com o máximo de rigor” e a sociedade deve estar alerta:
“Conteúdos aparentemente inofensivos podem, nas mãos erradas, se tornar uma arma terrível. A melhor defesa é denunciar imediatamente esses crimes.”

Primeira ministra italiana Giorgia Meloni -Imagem: Divulgação