Ministro Lewandowski aciona PF para investigar intoxicação por metanol no Brasil

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, determinou que a Polícia Federal (PF) abra inquérito para apurar os casos de intoxicação por metanol ligados a bebidas alcoólicas adulteradas. A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) também vai conduzir investigação administrativa diante do risco sanitário coletivo.

As medidas foram anunciadas em coletiva de imprensa nesta terça-feira (30), com participação do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e do diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.

Circulação suspeita de bebidas adulteradas

Segundo Lewandowski, os indícios apontam para a circulação de bebidas alcoólicas adulteradas em mais de um estado brasileiro.
“Trata-se de uma ocorrência grave, com reflexos na saúde pública. O inquérito vai verificar a procedência da droga e a rede de distribuição. Embora os casos estejam concentrados em São Paulo, tudo indica que ultrapassam os limites estaduais”, afirmou o ministro.

Situação epidemiológica atípica

Dados apresentados mostram que, enquanto a média histórica é de 20 casos de intoxicação por ano, em setembro já foram confirmados 10 casos suspeitos em São Paulo, com três mortes registradas.

Antes, as ocorrências estavam ligadas ao consumo de álcool adulterado em postos de gasolina, principalmente entre pessoas em situação de rua. Agora, os casos envolvem bebidas destiladas em bares e festas sociais, como gin, whisky e vodka.

Sinais e sintomas de intoxicação

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, detalhou os principais sinais da intoxicação:

Dor abdominal intensa em cólica, diferente da azia ou ressaca;

Alterações visuais, como flashes e manchas na visão;

Sintomas que podem aparecer até 24 horas após a ingestão.

Padilha reforçou a necessidade de procurar atendimento médico imediato:
“Os serviços especializados contam com o antídoto para metanol. Não tente medidas caseiras. O tratamento adequado pode salvar vidas.”

Ações imediatas do Governo

A Senacon notificou estabelecimentos que comercializaram bebidas suspeitas, exigindo respostas em 24 horas sobre origem, armazenamento e vendas;

O Comitê Técnico do Sistema de Alerta Rápido (SAR) confirmou o novo padrão de intoxicação;

A PF investigará possível envolvimento do crime organizado.

O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, destacou: “Trabalharemos de forma integrada para identificar a origem e responsabilizar criminalmente os envolvidos.”

Imagem: Divulgação