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2 anos atrásno
Na madrugada do dia 1º de setembro de 1975, o mundo desabou para muitas famílias amazonenses que viajavam de Manacapuru, no Rio Solimões, com destino à cidade de Anamã, abordos do barco Freire II. Aquela noite de horror que é considerada a maior tragédia fluvial do Estado do Amazonas.
Algumas pessoas estavam indo para Anamã para reencontrar marido que era militar e havia sido transferido para o município, outras estavam indo à trabalho, outras, estavam indo para o Festejo de São Francisco em Anamã. Infelizmente, a viagem não saiu como o esperado e oficialmente 58 pesoas foram declaradas mortas, mas há quem sustente que a tragédia tenha sido muito maior, pois até hoje existem pessoas dadas como “desaparecidas”. Fato é que está tragédia ficou marcada na história do Estado do Amazonas.
A embarcação Freire II afundou na ilha do Marrecão, no rio Solimões, próximo da cidade de Manacapuru. De acordo com jornais da época, o tamanho e a tonelagem do “Freire II” ajudaram na tragédia.
Nquela madrugada, as pessoas estavam dormindo quando tudo aconteceu.
“Eu estava dormindo com dois filhos na rede e os outros dois estavam em outra rede. Quando acordei o barco já estava afundando, foi um horror, fiquei até 8h da manhã seguinte me segurando em galhos de árvores até que me resgatassem. Só encontraram três corpos, foi muito sofrimento”, contou uma sobrevivente identificada como Rosa Silva de Freitas, que dos quatro filhos que viajavam com ela, três foram encontrados – todos mortos –, mas uma menina, de 7 anos, nunca foi encontrada.
“O barco ia em direção ao Município do Anamã. Sou um dos sobreviventes desse naufrágio justamente com meu irmão Edevaldo Costa. Na época do ocorrido eu tinha 23 anos hoje tenho 71 anos, meu irmão tinha 22 anos hoje está com 70 anos. Formos viajar a trabalho, foi tudo muito rápido um desespero de todos foi um milagre de Deus sobrevivemos. Somos gratos eternamente ao Senhor e lamentamos as pessoas que infelizmente não conseguiram se salvar.”, contou um senhor identificado como Edilson Manoel da Costa.
A embarcação Freire II desrespeitou todas as regras básicas de navegação e da natureza amazônica. Por um lado, se houveram 58 mortos, houve quase o triplo de sobreviventes.
De acordo com informações coletadas no blo do Coronel Roberto, ao conhecer a extensão do acidente, o Governador do Estado, Henoch Reis, por sinal nascido naquele município, determina “a mobilização de todos os recursos de socorro, convocando a Polícia Militar do Estado e o Corpo de Bombeiros, recomendando que não medissem esforços no sentido de atender aos sobreviventes”.
Os Bombeiros deslocaram para o local uma equipe de oito mergulhadores, aliás, os existentes na corporação, sob o tirocínio do tenente Jorge Levy. No primeiro dia, a equipe resgatou dezesseis corpos, operando até o final da tarde, quando suspendeu as buscas “diante da severa falta de condições, devido a correnteza e a péssima visibilidade e, ainda, a presença de peixes carnívoros”.
Foram dias de cenas duras, duríssimas, provocadas pelo estado dos corpos mutilados que o rio devolvia aos vivos. Três dias depois, “o resgate chega ao fim com 58 mortos”, propagava a chamada do jornal A Crítica que, em editorial, assegura que
O Amazonas está de luto. As vítimas, na maioria mulheres e crianças, permanecerão na dor e na profunda saudade de todos os seus familiares, de todos nós que dificilmente poderemos algum dia esquecer o maior desastre fluvial até hoje registrado na Amazônia.
No dia de enterrar os entes queridos foi como anunciado no jornal” O Amazonas de luto”. Abaixo uma foto divulgada diretametente do Cemitério São João Batista. Centenas de pessoas aos prantos para enterrarem os familiares mortos nessa tragédia fluvial. Até hoje há uma profunda saudade de todos os seus familiares, especialmente daqueles que seguem em busca de encontrar algum desaparecido, na esperança que possam ter sobrevivido.
Essa tragédia do Freire II dificilmente será esquecida algum dia, afinal, esse é o maior desastre fluvial até hoje registrado no Amazonas. Nossos sentimentos às famílias enlutadas.
Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.
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