Agentes da Polícia Federal prenderam, na manhã da última terça-feira (12/12), o doleiro Domingos Sávio Nogueira Cortez, que há mais de 20 anos trabalha com movimentação de moedas estrangeiras de forma avessa às normas do Banco Central.
Logo nas primeiras horas da terça-feira, os policiais federais visitaram as casas Amazônia Câmbio, uma localizada no Shopping Ponta Negra, na Zona Oeste, e outra localizada na avenida 7 de Setembro, no Centro, zona Sul de Manaus de Manaus.
Conforme o titular da Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros, delegado João Marcelo Uchoa, o relatório de auditoria do Banco Central (BC) solicitado pela investigação, indica que desde 2016, o doleiro movimentou U$ 114 milhões de forma atípica.
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“Ele transacionou esse valor de forma irregular em operações realizadas com documentos de pessoas falecidas e para pessoas que residem em outros locais onde não a casa não existe”, disse Uchoa.
A prisão do doleiro ocorreu no âmbito da Operação Papel Carbono. As investigações iniciaram em 2019, no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus, no Amazonas. Na ocasião, o investigado tentou ocultar a quantia de R$ 150 mil em espécie em uma mala. O dinheiro estava encoberto por revistas e papéis carbono, possivelmente como forma de esconder o conteúdo quando submetido à inspeção por raio-X.
De acordo com a PF, as investigações apontaram que o doleiro investigado é responsável por gerenciar um esquema de operações de câmbio não autorizadas. Estas operações, conhecidas como “câmbio paralelo” (troca de moeda estrangeira sem a devida documentação ou recolhimento de impostos) e “dólar-cabo” (transferência de dinheiro para o exterior sem o conhecimento do Banco Central).
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Ordens Judiciais
Foram mobilizados 30 policiais federais para o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva nas cidades de Manaus/AM e São Paulo/SP. As ordens judiciais também abrangem o sequestro e a indisponibilidade de bens do investigado, totalizando R$ 428 milhões, e incluem a suspensão das operações da empresa envolvida e de outras 38 correspondentes cambiais.
Os envolvidos poderão ser responsabilizados pelos crimes de gestão fraudulenta, falsa identidade para realização de operação de câmbio, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. A soma das penas para os crimes identificados pode alcançar até 32 anos de reclusão.