A Polícia Civil do Distrito Federal investiga um homem suspeito de torturar o próprio filho, de apenas 5 anos, na Estrutural. Após diversas agressões, a mãe da criança decidiu ir à delegacia e registrar o boletim de ocorrência. O suspeito não foi preso e deve prestar depoimento nesta sexta-feira (9).
Pai é denunciado por fazer o filho de 5 anos comer o próprio vômito – Imagem: Divulgação
De acordo com a investigação, a mulher relatou aos agentes que o filho era torturado de diversas formas. Entre elas, estavam agressões físicas, castigos em que a criança tinha que ficar de joelhos e com os braços levantados por horas seguidas e, caso passasse mal por estar chorando, era obrigado a comer o próprio vômito.
Segundo a Polícia Civil, um laudo feito pelo Instituto Médico Legal (IML) constatou que a criança tem marcas de lesões antigas e atuais. A delegada responsável pelo caso, Jane Klébia, da 8ª Delegacia de Polícia, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), afirma que o exame constatou “múltiplas” lesões nas nádegas do menino.
Além disso, há cicatrizes nas mãos, antebraços e pernas, “que podem ter sido provocadas por traumatismos diversos”. O laudo afirma ainda que as marcas podem “caracterizar ato de crueldade’.
“Estamos em diligência. A mãe vai ser ouvida novamente e o suspeito será interrogado nesta sexta-feira [9]. Vamos avaliar se ele ainda apresenta risco à vítima e avaliar a necessidade do pedido de prisão. Caso contrário, o inquérito prosseguirá até ser remetido à Justiça, que julgará o caso“, afirma a delegada.
O homem é pai biológico da criança. Quando o menino nasceu, segundo a delegada, ele não quis assumir a paternidade. Porém, há cerca de 1 ano, reatou com a companheira e foram viver juntos.
De acordo com Jane Klébia, a mãe decidiu denunciar o suspeito no último fim de semana. A investigadora afirma que o casal e o filho estavam em uma igreja e, na hora de ir embora, a criança se levantou antes do pai, o que o irritou.
Ao chegar na residência, o homem se trancou com o menino dentro do quarto usou um cipó para dar início às agressões, segundo o depoimento da mulher. A mãe tentou socorrer a criança, porém foi ameaçada. Após o ocorrido, ela decidiu procurar a delegacia e foi morar com outros familiares.
De acordo com a delegada, o menino também será ouvido na Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), com equipes preparadas para o serviço.
Jane Klébia afirma que “tais práticas de correção exagerada são consideradas tortura e podem levar o agressor a cumprir pena de até 8 anos de reclusão, que pode ser agravada se a vítima for criança, como é o caso”, disse a delegada à frente do caso.