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12 anos atrásno
O Palacete Nery é outro imóvel abandonado na capital amazonense. Outro dia passei lá para tirar algumas fotos e aproveitei para conversar com o pessoal da área para perguntar se eles sabiam por acaso o que era aquela mansão alí, abandonada, parte imunda com lixo tomando conta da porta principal, enquanto pelos fundos um ridículo estacionamento o termina de “matar” as memórias do prédio. Hoje o prédio encontra-se numa situação muito precária e sua aparência muito maltratada.
O pessoal me contou que naquele local funcionou antigamente um hotel chamado Bela Vista, e que também depois teria sido uma Escola. Sobre o Hotel Bela Vista sei que é verdade pois encontrei em um outro livro. Agora, quanto a essa possível escola, não sei dizer, porém não descarto a possibilidade! A única coisa que sei é que não sou historiador 🙂 e portanto tudo que eu escrevo é baseado no meu conhecimento ou em alguma coisa que vi, ouvi ou li.
Como a maioria das informações sobre os locais eu tive que encontrar na internet, assim que cheguei em Manaus nas férias de agosto fui correndo na livraria valer comprar livros sobre o Fausto Amazônico, sobre Arquitetura antiga da cidade de Manaus, sobre o que foi a bela época, pois apenas assim eu poderia ter certeza que o que eu lia na internet era verdadeira, afinal estava tudo ali, nos livros impressos.
Bem, estarei escrevendo baseado no livro do Otoni Mesquita – Manaus – História e Arquitetura (1852-1910).
O livro nos conta que o antigo Palacete Nery, onde, nos primeiros anos da década de 90 do século XX, funcionou o Hotel Bela-Vista, “é um imóvel residencial de aspecto neoclássico localizado na esquina da rua Miranda Leão com av. Joaquim Nabuco e, para esta avenida, volta-se sua face principal, composta por pavimento sobre porão alto, enquanto, na parte posterior da construção, ergue-se mais um andar. Na lateral interna, havia um jardim cuja área atualmente encontra-se acimentada.
As características gerais desta construção correspondem à descrição feita por Nestor Goulart (1987 p.46) sobre a nova maneira de ocupação do lote urbano, com inspiração eclética e que foi trazido para o Brasil pelas novas massas migradas.
A fachada do prédio, apesar de malcuidada, mantém-se praticamente inalterada. Por ser de esquina, o rédio apresenta duas faces, atendendo ao requisito do Código de Posturas da época, assim como o uso do porão alto. Em sua face principal, a alvenaria é trata em rusticação, mas , na fachada lateral, este tratamento restringe-se ao porão e as duas pilastras. O porão apresenta treze janelas quadradas. A fachada principal apresenta cinco janelas de púlpito com vergas retas, sendo a do centro e as da extremidades coroadas por frontões triangulares. Sobre a cornija contendo friso é com tríglifos, ergue-se o frontão triangular contenduo uma cartela com tratamento manieirista e uma sinuosa ornamentação vegetal e uma cartela fixada sobre a platibanda da esquina ostenta a data de 1899.
Em 2009, o jornal “A Crítica”, publicou uma matéria denominada “PALACETE HISTÓRICO DA FAMÍLIA NERY ESTÁ À VENDA”, um trabalho da jornalista Ana Célia Ossame. Os proprietários do imóvel estão pedindo a bagatela de R$ 1,300 milhão.
O prédio situa-se na esquina da Avenida Joaquim Nabuco com a Rua dos Andradas, sob o numero 278. Foi construído no final do século 19, para abrigar a família do Governador Silvério José Nery (1900 a 1904).
Para o Robério Braga, Secretário Estadual de Cultura do Estado do Amazonas “O valor é inacessível e fora do mercado. Por ser tombado pelo patrimônio histórico municipal, não podendo, ser modificado em hipótese alguma, em nenhum de seus compartimentos. O Poder Público poderá desapropriá-lo futuramente”.
Segundo a Etelvina Garcia, historiadora amazonense “A casa foi construída com bom gosto e elegância da arquitetura neoclássica, inclusive tem o monograma da família, construído no frontispício. Apesar da deterioração, guarda uma beleza incomparável. O fato histórico importante é ter hospedado, em 1906, o primeiro presidente da república a vir no Amazonas – Afonso Pena veio para o lançamento da pedra fundamental do edifício da Alfândega”.
Espero que o Secretário Robério Braga consiga negociar e resolva revitalizá-lo , afinal o prédio já está há mais de 3 décadas abandonado e ele como secretário estadual de cultura já são 18 anos…
Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.
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