Publicado
2 anos atrásno
Por
Jussara Melo
Os pastores Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva foram condenados a 21 anos de prisão em regime fechado, pela morte do adolescente Lucas Terra, que foi queimado vivo e teve o corpo abandonado em um terreno baldio em Salvador, no ano de 2001. A sentença, que cabe recurso, foi proferida pela juíza Andréia Sarmento às 21h30, da última quinta-feira (27/4).
Confira as penas foram: Fernando Aparecido da Silva: 18 anos de reclusão, agravada para 21 anos de prisão;
Joel Miranda: 18 anos de prisão, agravada em 21 anos.
O jovem Lucas Terra, de 14 anos foi queimado vivo em 21 de março de 2001, por volta das 23h, dentro de um templo da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho, na capital baiana. Fernando Aparecido e Joel Miranda agiram junto com um outro pastor, Silvio Roberto dos Santos Galiza, que foi condenado em 2004, em um outro julgamento.
De acordo com a decisão, os três réus imobilizaram Lucas, agrediram o adolescente sucessivamente e queimaram o corpo com uma substância inflamável.
Ainda segundo o texto assinado pela juíza Andrea Teixeira Lima Sarmento Netto, os pastores cometeram o crime após Lucas Terra responder de forma negativa às investidas sexuais dos acusados.
Fernando Aparecido e Joel Miranda foram considerados culpados por maioria dos votos no júri popular. Os dois só foram indiciados anos depois do crime, em 2007, por causa de uma denúncia feita pelo pastor Galiza, quando ele já havia sido condenado pelo crime.
Aparecido e Miranda chegaram a ser julgados em novembro de 2013 e inocentados, por decisão de apenas um juiz. A família então recorreu, e o Tribunal de Justiça da Bahia decidiu levá-los a júri popular.
Como a defesa dos pastores ainda podem recorrer da decisão, a juíza decidiu que Fernando Aparecido e Joel Miranda poderão aguardar em liberdade.
Sobre a sentença a Igreja Universal emitiu nota criticando a imprensa por noticiar o crime dos pastores:
Veja a íntegra da nota:
“A Igreja Universal do Reino de Deus esclarece que cabe recursos. E isso será analisado pelos advogados dos pastores após a sentença ser disponibilizada. Vale destacar que lamentamos o que foi visto, parte da Imprensa que não cumpre a sua missão de modo ético, ao realizar uma cobertura “jornalística” que contrariou completamente o princípio básico da Justiça, dando tratamento de “culpados” aos pastores desde sempre, como campanha condenatória. E ainda ignorando a defesa e a voz da Universal — ferindo o princípio base do jornalismo: ouvir os dois lados e dar igual espaço. Isso só prova o tremendo preconceito contra a igreja cristã e a dignidade do pastor evangélico no Brasil. Contudo, os abusos e eventuais crimes contra a honra praticados serão levados ao Poder Judiciário, para que sejam punidos na forma da lei.”
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