Amanhã seria o dia do depoimento mais aguardado da CPI da Covid, que seria com o Ministro da Saúde que mais tempo ficou e que fez tudo que o Presidente mandou, Gen. Eduardo Pazuello, porém, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello adiou sua ida e justificou a ausência por ter tido contato com dois subordinados militares que foram diagnosticados com a Covid-19.
Pazuello enviou ofício para a presidência da comissão solicitando não comparecer presencialmente ao depoimento. Alegou que dois coroneis com quem teve contato no último fim de semana receberam diagnóstico positivo para a Covid-19 e que provavelmente ele também estaria contaminado. Vale ressaltar que Pazuello já havia se contaminado em Abril de 2020 e portanto, essa seria a segunda contaminação do ex-ministro.
O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que o depoimento deveria se manter presencial. Por isso sugeriu uma nova data — duas semanas após a estabelecida inicialmente —, que acabou aprovada em votação simbólica pelos senadores.
Por causa do adiamento da sessão que ouviria Pazuello, a presidência da CPI da Covid também decidiu remanejar o depoimento do ex-ministro Nelson Teich, que ficou para esta quarta-feira, às 10h.
Alguns senadores reagiram ao ofício de Pazuello, insinuando que se tratava de uma tentativa de obstrução dos trabalhos da CPI.
“O ministro Pazuello não precisa ficar de quarentena. Basta ele fazer o teste [de Covid], o que seria já uma demonstração de boa vontade com a Comissão Parlamentar de Inquérito”, afirmou o relator, Renan Calheiros (MDB-AL).
O depoimento de Pazuello era o mais aguardado pelos membros da comissão, por ter sido o ministro da Saúde mais próximo ideologicamente ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Além disso, sua gestão foi a mais longeva, sendo responsável pela maior parte das tratativas para a compra de vacinas, além de o colapso do sistema de saúde de Manaus ter acontecido durante seu período à frente do ministério.
Senadores também pretendiam inquirir o ex-ministro a respeito do incentivo por parte do Ministério da Saúde para o uso da hidroxicloroquina por estados e municípios. O medicamento não tem eficácia comprovada para tratar a Covid-19.
A nova data da oitiva será 19 de maio.
Pazuello andando pelo shopping sem o item de proteção, essencial, para evitar a proliferação da Covid-19.