Publicado
5 meses atrásno
Por
Jussara Melo
Polícia Civil do Amazonas realiza prisões e busca por mais envolvidos em caso de seita que promovia uso de ketamina.
A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) deflagrou a Operação Mandrágora na última quinta-feira (30/05), que resultou na prisão de quatro membros de uma seita religiosa acusada de fornecer e incentivar o uso de ketamina, uma droga de uso veterinário que é utilizada para sedar animais de grande porte, como cavalo.
A ação foi conduzida pelo 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP) e incluiu o cumprimento de mandados de busca e apreensão.
Entre os presos estão o irmão de Djidja Cardoso (encontrada morta no último dia 28/5), Ademar Farias Cardoso Neto, de 29 anos, e a mãe deles, Cleusimar Cardoso Rodrigues, de 53 anos, fundadores da seita “Pai, Mãe, Vida”. Além deles, foram presas Verônica da Costa Seixas, de 30 anos, e Claudiele Santos da Silva, de 33 anos, funcionárias da rede de salões de beleza da família. As investigações apontam que o grupo coletava ketamina em clínicas veterinárias e distribuía a droga entre os funcionários dos salões, incentivando o uso recreativo e ritualístico da substância.
Durante as buscas, a polícia apreendeu centenas de seringas, produtos para acesso venoso, agulhas, ketamina, além de celulares, documentos e computadores nas residências dos suspeitos e em uma clínica veterinária, localizada no bairro da Redenção, zona Centro-Oeste de Manaus.
A Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) investiga a morte de Dilemar Cardoso Carlos da Silva, a ex sinhazinha do Boi Garantido “Djidja Cardoso”, de 32 anos, encontrada morta em sua residência no bairro Cidade Nova na terça-feira (28/05). A suspeita inicial é de que Djidja tenha sofrido uma overdose de ketamina durante um ritual da seita.
Os suspeitos foram detidos no bairro Cidade Nova enquanto tentavam fugir. O quinto e último dos suspeitos, que estava considerado foragido, Marlisson Vasconcelos Dantas, também envolvido nos crimes, se entregou por volta das 19h, desta sexta-feira (31/05), no 1° Distrito Integrado de Polícia (DIP).
Os presos responderão por uma série de crimes, incluindo tráfico de drogas, associação para o tráfico, colocação em perigo da saúde, falsificação de produtos terapêuticos, aborto sem consentimento, estupro de vulnerável, charlatanismo, curandeirismo, sequestro, cárcere privado e constrangimento ilegal. Eles permanecerão à disposição da Justiça após a audiência de custódia.
O delegado Cícero Túlio, titular do 1º DIP, destacou a gravidade das ações do grupo: “Induziram pessoas a acreditar que o uso de ketamina os levaria a transcender para outra dimensão e alcançar a salvação. Identificamos uma clínica veterinária que fornecia os medicamentos perigosos à seita”.
A investigação sobre a morte de Djidja ainda está em fase preliminar, com coleta de depoimentos e análise de áudios e mídias, que estão circulando nas redes sociais. O delegado Danniel Antony, adjunto da DEHS, afirmou: “Estamos verificando a possibilidade de overdose e investigando quem pode ter medicado Djidja”.
O grupo responderá por tráfico de drogas, associação para o tráfico de drogas, colocação em perigo da saúde ou da vida de outrem, falsificação, corrupção, adulteração de produtos destinados a fins terapêuticos e medicinais, aborto provocado sem consentimento da gestante, estupro de vulnerável, charlatanismo, curandeirismo, sequestro, cárcere privado e constrangimento ilegal. Eles serão submetidos a audiência de custódia e permanecerão à disposição da Justiça.
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